BUGIO
Os bugios, também chamados de guaribas ou barbados, estão entre os maiores símios das Américas, podendo medir até cinqüenta centímetros de altura.
Macaco da família dos cebídeos, a mesma dos sagüis, o bugio pertence ao gênero Alouatta. Devido ao grande desenvolvimento do hióide, osso que fica entre a laringe e a base da língua e que nele funciona como uma caixa de ressonância, é capaz de fazer tremenda gritaria, em geral ao amanhecer ou ao cair da noite, guiado pelo chefe do bando ou "capelão", que quase sempre é o indivíduo mais forte e mais velho. À noite, no recesso da floresta amazônica, um concerto ou roncaria de bugios causa impressão inesquecível, com diferentes bandos parecendo comunicar-se a distância aos gritos.
Os machos velhos têm pelagem basta, barba longa e cerrada e longa cauda preênsil, que utilizam com extrema habilidade, enroscando-a firmemente nos galhos, em seus deslocamentos pelas copas das árvores. Os bugios se alimentam de frutas, folhas e brotos. Consta entre o povo que seus roncos, com freqüência, são prenúncio de chuva. As mães dedicam muita atenção aos filhotes, carregando-os nas costas quando ainda novos.
No Brasil há cinco espécies e outras tantas subespécies. Das espécies amazônicas, destacam-se o bugio-preto-de-mão-ruiva (Alouatta belzebuth), da ilha de Marajó e áreas vizinhas, e o bugio-vermelho (A. seniculus), já localizado junto dos rios Amazonas, Juruá e Purus. No leste e centro do Brasil foi registrada a ocorrência do bugio-ruivo (A. fusca) e do bugio-preto (A. caraya), espécies que se tornaram cada vez mais raras.