‘A nível de’ ou ‘em nível de’? Saiba qual é o correto e quando usar - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa



‘A nível de’ ou ‘em nível de’? Saiba qual é o correto e quando usar

A NÍVEL DE, EM NÍVEL DE ou AO NÍVEL DE?

1. INACEITÁVEL. O grande erro quanto ao uso da expressão “a nível de” é sua utilização em situações em que não há “níveis”: “A nível de proposta, o assunto deve ser mais discutido”; “A nível de sentimento, isso é irreversível”; “A nível de relatório, só devemos descrever o essencial”; “A nível de gramática, isso está errado”…

2. ACEITÁVEL. Podemos usar a expressão “em nível” sempre que houver “níveis”: “Esse problema só pode ser resolvido em nível de diretoria” (=a empresa deve ter outros níveis hierárquicos); “Isso só acontece em nível municipal” (=poderia ser em nível estadual ou federal).

A expressão “ao nível do mar” é perfeitamente aceitável.


2h OU 2hs? 1h30m OU 1h30min OU 1h30?

Observação do leitor: “Noto um grande erro no emprego das unidades e grandezas físicas. As unidades são normatizadas por organismos internacionais e obedecidas no Brasil por lei e também pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) nas suas edições de terminologia.”

Leitor tem razão. Vejamos alguns exemplos:

Velocidade = 90 km/h (noventa quilômetros por hora);

Comprimento ou distância = 1m (um metro); 2m (dois metros);

Tempo = 1h (uma hora); 2h (duas horas),

21h30min (vinte e uma horas e trinta minutos),

5h51min33seg (cinco horas, cinquenta e um minutos e trinta e três segundos);

Massa = 1g (um grama); 200g (duzentos gramas).



Pronúncia e grafia de TRANSA

Leitora pergunta: “É quanto à palavra TRANSA. Se sua grafia é com “s” entre vogal e consoante, porque sua pronúncia é como de um “z”, coisa que deveria ocorrer se o “s” estivesse cercado de vogais? Será alguma exceção à regra ou um mero caso de ter se popularizado uma pronúncia equivocada?”

Nem uma coisa nem outra. Não é uma exceção nem a pronúncia está errada.

Estamos diante de uma dúvida muito frequente, causada por conclusões indevidas. Todos nós aprendemos que a letra “s” entre vogais deve ser pronunciada como “z”: casa, mesa, gostoso, usar… Até aí, tudo bem.

O problema é que algumas pessoas tiram algumas conclusões erradas:

1a) O som de “z” entre vogais deve ser grafado sempre com a letra “s”. Isso não é verdade: azar, prazer, gozar, granizo…

2a) Que a letra “s” só representa o fonema “z” quando fica entre vogais. Também não é verdade: trânsito, transatlântico, transação…



Contagem REGRESSIVA ou PROGRESSIVA?

Observação do leitor: “Apontando a arma para a nuca ou pescoço das vítimas, ele fazia contagem regressiva: 1, 2, 3, 4…”

Isso só comprova que há quem não saiba a diferença entre PROGREDIR e REGREDIR.

Ou, então, podemos concluir que é possível “progredir para trás” ou “regredir para frente”…

E agora, vamos começar uma contagem “progressiva”: 10, 9, 8, 7…

Não. Isso é contagem regressiva.



Reboliço ou rebuliço? Bucal ou bocal?

Depende.

Reboliço é “que tem forma de rebolo, que rebola”;

Rebuliço é “bagunça, grande barulho, agitação, desordem, confusão”;

Bucal é “relativo à boca” – “Ele está com problemas bucais (=na boca)”;

Bocal é “abertura de vaso, candeeiro, frasco, castiçal…” – “Pôs a lâmpada no bocal”.



Uso dos artigos antes dos TOPÔNIMOS

Pergunta de uma leitora: “Passamos por Botafogo ou pelo Botafogo? Estamos aqui nos referindo ao bairro, e não ao clube de futebol. Eu, por exemplo, acho que é por Botafogo. Mas, se isso estiver correto, por que passamos pelo Leblon? Como poderemos saber qual é a preposição certa? O que rege isso? Qual é a regra? Como poderemos saber se um bairro é masculino ou feminino?”

A dúvida não é quanto à preposição, e sim se devemos ou não usar artigo definido antes do nome dos bairros. Não há propriamente uma regra.

Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, nós dizemos:

Copacabana, Ipanema, Botafogo… = sem artigo;

a Tijuca, a Glória, a Barra… = com artigo feminino;

o Leblon, o Catete, o Méier… = com artigo masculino.

A dúvida permanece em nomes de cidades, estados, países…

Porto Alegre, São Paulo, Goiás, Portugal… = sem artigo;

a Bahia, a Paraíba, a Alemanha, a Inglaterra… = com artigo feminino;

o Recife, o Rio de Janeiro, o Irã, o Egito… = com artigo masculino.

Assim sendo, estamos corretíssimos quando “passamos por Botafogo ou pelo Leblon”.