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Hífen - Curiosidades sobre o uso do hífen - Dicas de Português



Curiosidades sobre o uso do hífen

O hífen, sem dúvida, é o assunto que mais provoca discussões e que sempre nos dá muitas dores de cabeça. Tenho a impressão de que nem os especialistas se entendem. Sempre que consulto nossos dicionários, descubro algumas incoerências, mas isso é outra discussão.

Vejamos algumas dúvidas freqüentes:

1ª) Mal-educado OU maleducado OU mal educado?
Os adjetivos formados com o elemento MAL devem usar hífen quando a palavra seguinte começar por H ou por vogais: “Ele é um homem mal-humorado”; “Ela é uma criança mal-educada”; “Ele era mal-intencionado”.

Assim sendo a forma “maleducado” está errada.
Sem hífen, só quando MAL for advérbio: “Esta criança foi mal educada pelos pais”.

2ª) Mal-criada OU malcriada OU mal criada?
O adjetivo se escreve sem hífen (a palavra seguinte começa por C): “É uma criança malcriada”.
Sem hífen é o advérbio de modo: “Ela foi mal criada pelos avós”.

3ª) Dia-a-dia OU dia a dia?
Com hífen é a forma substantivada: “O nosso dia-a-dia (= cotidiano) é uma grande correria”.
Sem hífen é a locução adverbial: “Suas dúvidas aumentam dia a dia (= diariamente, dia após dia)”.

4ª) Grão-duque OU grão duque?
Quando GRÃO (ou GRÃ) é o elemento reduzido de GRANDE, devemos usar hífen: grão-duque, grão-mestre, grã-duquesa, grã-fina…
Quando GRÃO é substantivo, não usamos hífen: grão de areia, grão de milho…

5ª) À-toa OU à toa?
A locução adjetiva (acompanha substantivos) é com hífen: “Era um probleminha à-toa”; “Ele é um sujeitinho à-toa”.
A locução adverbial (acompanha verbos) é sem hífen: “Andava à toa na vida”; “Vivia à toa”.

6ª) Abaixo-assinado OU abaixo assinado?
Com hífen é o substantivo, é o documento: “O síndico já recebeu o nosso abaixo-assinado”.
Sem hífen é quem assinou o documento: “Eu, Fulano de Tal, abaixo assinado, venho solicitar…”; “Os advogados, abaixo assinados, requerem…”

7ª) Pára-lamas OU paralamas?
Quando o elemento PÁRA for do verbo PARAR, devemos escrever com acento agudo e hífen: pára-lamas, pára-choques, pára-brisa, pára-raios, pára-quedas…
Quando o elemento PARA for prefixo (= semelhante, próximo), devemos escrever sem acento e “tudo junto” (sem hífen): paramédicos, paramilitares, paranormal, parapsicologia, paraolimpíadas…

8ª) Co-seno OU cosseno OU coseno?
Com o prefixo “co-“ (=junto), devemos escrever com hífen: co-seno, co-piloto, co-tangente, co-autor…
O uso consagrou e os nossos dicionários já registram a forma COSSENO.
Assim sendo, podemos escrever CO-SENO ou COSSENO (com dois esses). A forma “coseno” (com um esse só) é inaceitável.

9ª) Sócio-econômico OU socioeconômico?
Quando o elemento SÓCIO for substantivo, devemos escrever com acento agudo e hífen: sócio-fundador, sócio-presidente, sócio-torcedor…
Quando o elemento SOCIO for adjetivo (redução de SOCIAL), devemos escrever sem acento e sem hífen: sociopolítico, sociolingüístico, sociocultural…
Assim sendo, o correto seria SOCIOECONÔMICO, mas a forma “sócio-econômico”, devido ao uso consagrado, já aparece registrada em alguns dicionários.

Teste da semana:
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase

“______ duas semanas que não se __________ as reuniões habituais nem se ___________ os principais problemas da empresa.”
a) Faz / fazem / discutem;
b) Faz / faz / discute;
c) Fazem / fazem / discutem;
d) Fazem / faz / discute;
e) Fazem / fazem / discute.

Resposta do teste:

Letra (a). O verbo FAZER, quando usado para indicar “tempo decorrido”, é impessoal (=sem sujeito), por isso deve ficar sempre no singular: “Faz duas semanas”. Em “não se fazem as reuniões habituais nem se discutem as principais problemas da empresa”, encontramos a partícula apassivadora “se”. O sujeito do verbo FAZER é “as reuniões habituais” (=”as reuniões habituais não são feitas”) e do verbo DISCUTIR é “os principais problemas da empresa” (=”os principais problemas da empresa nem são discutidos”).

Hífen - Uso do hífen com prefixos - Dicas de Português



Uso do hífen com prefixos

1ª) Com os prefixos AUTO, CONTRA e EXTRA, só devemos usar hífen se a palavra seguinte começar com “h”, “r”, “s” ou vogais:

1) auto-adesivo, auto-análise, autobiografia, autoconfiança, autocontrole, autocrítica, autodestruição, autodidata, auto-escola, autógrafo, auto-hipnose, auto-idolatria, automedicação, automóvel, auto-observação, autopeça, autopiedade, autopromoção, auto-retrato, auto-serviço, auto-suficiente, auto-sustentável, autoterapia;

2) contra-almirante, contra-ataque, contrabaixo, contraceptivo, contracheque, contradança, contradizer, contra-espião, contrafilé, contragolpe, contra-indicação, contramão, contra-ordem, contrapartida, contrapeso, contraponto, contraproposta, contraprova, contra-reforma, contra-senso, contraveneno;

3) extraconjugal, extracurricular, extraditar, extra-escolar, extragramatical, extra-hepático, extrajudicial, extra-oficial, extrapartidário, extraterreno, extraterrestre, extratropical, extravascular.

2ª) Com os prefixos INFRA, INTRA, NEO e PROTO, só devemos usar hífen se a palavra seguinte começar com “h”, “r”, “s” ou vogais:

1) infra-assinado, infracitado, infra-estrutura, infra-hepático, inframaxilar, infra-ocular, infra-renal, infra-som, infravermelho, infravioleta;
2) intra-abdominal, intracelular, intracraniano, intracutâneo, intragrupal, intra-hepático, intralingüístico, intramolecular, intramuscular, intranasal, intranet, intra-ocular, intra-racial, intratextual, intra-uterino, intravenoso, intrazonal;
3) neo-acadêmico, neobarroco, neoclassicismo, neocolonialismo, neofascismo, neofriburguense, neo-hamburguês, neo-irlandês, neolatino, neoliberal, neologismo, neonatal, neonazista, neo-romântico, neo-socialismo, neozelandês;
4) protocolar, proto-evangelho, protofonia, protagonista, proto-história, protoneurônio, proto-orgânico, prototórax, protótipo, protozoário.

3ª) Com os prefixos PSEUDO, SEMI, SUPRA e ULTRA, só devemos usar hífen se a palavra seguinte começar com “h”, “r”, “s” ou vogais:

1) pseudo-artista, pseudocientífico, pseudo-edema, pseudofilosofia, pseudofratura, pseudomembrana, pseudoparalisia, pseudopneumonia, pseudópode, pseudoproblema, pseudo-rainha, pseudo-representação, pseudo-sábio;
2) semi-aberto, semi-alfabetizado, semi-árido, semibreve, semicírculo, semiconsciência, semidestruído, semideus, semi-escravidão, semifinal, semi-inconsciência, semi-interno, semiletrado, seminu, semi-reta, semi-selvagem, semitangente, semitotal, semi-úmido, semivogal;

3) supra-anal, supracitado, supra-hepático, supramencionado, suprapartidário, supra-renal, supra-sumo, supravaginal;
4) ultra-aquecido, ultracansado, ultra-elevado, ultrafamoso, ultrafecundo, ultra-hiperbólico, ultrajudicial, ultraliberal, ultramarino, ultranacionalismo, ultra-oceânico, ultrapassagem, ultra-radical, ultra-romântico, ultra-sensível, ultra-som, ultra-sonografia, ultravírus.

Teste da semana

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase “Permita-me V.Exa. ____________ do assunto, já que ____________ por bem recorrer aos meus conhecimentos.”
(a) informá-la / houve;
(b) informar-vos / houvestes;
(c) informar-lhe / houve;
(d) informá-lo / houvestes;
(e) informar-vos / houveste.

Resposta do teste: Letra (a). Os pronomes de tratamento fazem concordância na terceira pessoa. Em razão disso, não podemos usar o pronome “vos” (segunda pessoa do plural) e as formas verbais “houveste” (segunda pessoa do singular = tu) e “houvestes” (segunda pessoa do plural = vós). O verbo INFORMAR é transitivo direto e indireto com duas regências aceitáveis: informar alguma coisa a alguém ou informar alguém de alguma coisa. Na frase, não é possível “informar-lhe do assunto” porque teríamos dois objetos indiretos (“lhe” e “do assunto”); por isso devemos “informá-la do assunto” (“la” = objeto direto; “do assunto” = objeto indireto). Embora possa substituir pessoas do sexo masculino também, Vossa Excelência é uma forma do gênero feminino.

Hífen - Uso do hífen com prefixos – 2ª parte - Dicas de Português



Uso do hífen com prefixos – 2ª parte

1ª) Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE, só devemos usar hífen se a palavra seguinte começar com “h”, “r” ou “s”:

1) antebraço, antecâmara, antecontrato, antediluviano, antegozar, ante-
histórico, antejulgar, antemão, anteontem, antepenúltimo, anteprojeto, ante-republicano, ante-sala, antevéspera, antevisão;

2) antiabortivo, antiácido, antiaéreo, antialérgico, anticapitalista,
anticlímax, anticoncepcional, antidepressivo, antidesportivo, antiético, antifebril, antigripal, anti-hemorrágico, anti-herói, anti-horário, antiimperialismo, antiinflacionário, antimíssil, antiofídico, antioxidante, antipatriótico, anti-rábico, anti-radicalista, anti-semita, anti-social, antiterrorismo, antitetânico, antivírus;

3) arquibancada, arquidiocese, arquiduque, arqui-hipérbole,
arquiinimigo, arquimilionário, arquipélago, arqui-rival, arqui-sacerdote;

4) sobreaviso, sobrebainha, sobrecapa, sobrecarga, sobrecomum,
sobrecoxa, sobreerguer, sobre-humano, sobreloja, sobremesa, sobrenatural, sobrenome, sobrepasso, sobre-renal, sobre-roda, sobre-saia, sobre-salto, sobretaxa, sobretudo, sobreviver, sobrevôo.

2ª) Com os prefixos HIPER, INTER e SUPER, só haverá hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou “r”:

1) hiperativo, hiperglicemia, hiper-hidratação, hiper-humano, hiperinflação, hipermercado, hipermiopia, hiperprodução, hiper-realismo, hiper-reativo, hipersensibilidade, hipertensão, hipertiroidismo, hipertrofia;

2) interação, interativo, intercâmbio, intercessão, interclubes, intercolegial, intercontinental, interdisciplinar, interescolar, interestadual, interface, inter-helênico, inter-humano, interlingüístico, interlocutor, intermunicipal, internacional, interocular, interplanetário, inter-racial, inter-regional, inter-relação, interseção, intertextualidade, intervocálico;

3) superaquecido, supercampeão, supercílio, superdosagem, superdotado, superfaturado, super-habilidade, super-homem, superinvestidor, superleve, superlotado, supermercado, superpopulação, super-reativo, super-requintado, supersecreto, supersônico, supervalorizado, supervisionar.

3ª) Com o prefixo SUB, só haverá hífen se a palavra seguinte começar por “b” ou “r”: subaquático, sub-base, subchefe, subclasse, subcomissão, subconjunto, subcutâneo, subdelegado, subdiretor, subdivisão, subeditor, subemprego, subentendido, subestimar, subfaturado, subgrupo, subitem, subjacente, subjugado, sublingual, sublocação, submundo, subnutrido, suboficial, suborizonte, subpovoado, subprefeito, sub-raça, sub-reino, sub-reitor, subseção, subsíndico, subsolo, subterrâneo, subtítulo, subtotal.
Segundo a regra, se a palavra seguinte começar pela letra “H”, devemos escrever sem hífen: subepático e subumano. As novas edições de nossos principais dicionários já registram as formas com hífen: sub-hepático e sub-humano.

Teste da semana

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase
“____________, com calor, os rumos que ____________ imprimir ao movimento.”

(a) Discutiu-se / se pretende;
(b) Discutiram-se / pretendem-se;
(c) Foi discutido / pretendem-se;
(d) Foram discutidos / pretendem-se;
(e) Discutiram-se / se pretende.

Resposta do teste: Letra (e). O sujeito do verbo DISCUTIR é “os rumos”. Se o sujeito está no plural, o verbo deve concordar no plural: “Discutiram-se” ou “Foram discutidos”. E o sujeito do verbo PRETENDER é “imprimir ao movimento”. Quando o sujeito é formado por uma oração, o verbo deve concordar no singular. Além disso, o pronome relativo “que” exige que o pronome átono “se” fique antes do verbo (=próclise).

Hífen - Uso do hífen – 3ª parte - Dicas de Português



Uso do hífen – 3ª parte

1ª) Vejamos alguns casos em que não se usa hífen. Devemos escrever sempre “tudo junto” (= sem hífen):
AERO – aeroespacial, aeronave, aeroporto;
ANFI – anfiartrose, anfíbio, anfiteatro;
AUDIO – audiograma, audiometria, audiovisual;
BI(S) – bianual, bicama, bicampeão, bigamia, bisavô, bisneto;
BIO – biodegradável, biofísica, biorritmo;
CARDIO – cardiopatia, cardiopulmonar, cardiovascular;
CENTRO – centroavante, centromédio, centrossimetria;
DE(S) – desacerto, desarmonia, despercebido;
ELETRO – eletrocardiograma, eletrodoméstico, eletromagnetismo;
ESTEREO – estereofônico, estereofotografia, estereoquímico;
FOTO – fotogravura, fotomania, fotossíntese;
MONO – monobloco, monóxido, monossílabo;
MORFO – morfossintaxe, morfologia;
MOTO – motociclismo, motobói (motoboy), motossera;
MULTI – multicolorido, multissincronizado;
NEURO – neurocirurgião;
ONI – onipotente, onipresente, onisciente;
ORTO – ortodontia, ortografia, ortopedia;
PARA – paramilitares, paraolimpíadas, parapsicologia;
PENTA – pentacampeão, pentassílabo;
PNEUMO – pneumotórax, pneumologia;
POLI – policromatismo, polissíndeto;
PSICO – psicolingüística, psicossocial;
QUADRI – quadrigêmeos, quadrimotor;
RADIO – radioamador, radioatividade, radiocomunicação;
RE – reativo, reaver, rerratificação;
RETRO – retroagir, retroceder, retroprojetor;
SACRO – sacrossanto;
SOCIO – sociocultural, sociolingüístico, sociopolítico;
TELE – telecomunicações, teleducação, teleobjetiva, telessexo;
TERMO – termodinâmica, termoelétrica;
TETRA – tetracampeão, tetraplégico;
TRI – tridimensional, tricampeão;
UNI – unicelular, unicórnio;
ZOO – zootecnia, zoológico.

2ª) Prefixos sempre seguidos de hífen:
Além – além-mar, além-túmulo;
Aquém – aquém-fronteiras, aquém-mar;
Bem – bem-amado, bem-querer (exceções: bendizer, benquisto);
Co (junto) – co-piloto, co-autor, co-seno (ou cosseno);
Ex (anterior) – ex-senador, ex-esposa;
Grã – grã-duquesa, grã-fino;
Grão (grande) – grão-duque, grão-mestre;
Pós – pós-moderno, pós-meridiano, pós-cabralino;
Pré – pré-nupcial, pré-estréia, pré-vestibular;
Pró – pró-britânico, pró-governo;
Recém – recém-chegado, recém-nascido, recém-nomeado;
Sem – sem-número (inúmeros), sem-terra, sem-teto, sem-vergonha;
Sota/soto – sota-piloto, soto-mestre;
Vice/vizo – vice-diretor, vizo-rei.

Teste da semana

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase
“Espero que não ________ obstáculos ____ realização das provas, daqui ____ uma semana.”
a) haverão / à / a;
b) hajam / a / à;
c) haja / à / a;
d) tenham havido / à / há;
e) haja / à / há.

Resposta do teste: Letra (c). O verbo HAVER, no sentido de “existir”, é impessoal (=sem sujeito), por isso só pode ser usado no singular (=haja). Se há obstáculos, é sempre “a” alguma coisa, ou seja, o substantivo OBSTÁCULOS pede a preposição “a”, que se junta ao artigo “a”, que define “a realização”, por isso ocorre a crase (=…haja obstáculos à realização…). A última lacuna deve ser preenchida unicamente com a preposição “a” pois se trata de “tempo futuro” (=…daqui a uma semana). É bom lembrar que a forma verbal “há” se refere a tempo decorrido (=faz): “Não nos vemos há uma semana” (=faz uma semana).

Hífen - O uso do hífen - Dicas de Português



O uso do hífen – 1ª parte

Devemos usar o hífen:

1) Para dividir sílabas: or-to-gra-fi-a, gra-má-ti-ca, ter-ra, per-dô-o, ra-i-nha, trans-for-mar, tran-sa-ção, su-bli-me, sub-li-nhar, rit-mo…

2) Com pronomes enclíticos e mesoclíticos: encontrei-o, recebê-lo, reunimo-nos, encontraram-no, dar-lhe, tornar-se-á, realizar-se-ia…

3) Antes de sufixo -(GU)AÇU, -MIRIM, -MOR: capim-açu, araçá-guaçu, araçá-mirim, guarda-mor…

4) Em compostos em que o primeiro elemento é forma apocopada (BEL-, GRÃ-, GRÃO- …) ou verbal: bel-prazer, grã-fino, grão-duque, el-rei, arranha-céu, cata-vento, quebra-mola, pára-lama, beija-flor…

5) Em nomes próprios compostos que se tornaram comuns: santo-antônio, dom-joão, gonçalo-alves…

6) Em nomes gentílicos: cabo-verdiano, porto-alegrense, espírito-santense, mato-grossense…

7) Em compostos em que o primeiro elemento é numeral: primeiro-ministro, primeira-dama, segunda-feira, terça-feira…

8. Em compostos homogêneos (dois adjetivos, dois verbos): técnico-científico, luso-brasileiro, azul-claro, quebra-quebra, corre-corre, zigue-zague…

9) Em compostos de dois substantivos em que o segundo faz papel de adjetivo: carro-bomba, bomba-relógio, laranja-lima, manga-rosa, tamanduá-bandeira, caminhão-pipa…

10) Em composto em que os elementos, com sua estrutura e acento, perdem a sua significação original e formam uma nova unidade semântica: copo-de-leite, pé-de-moleque, couve-flor, tenente-coronel, pé-frio, unha-de-fome…

Teste da semana

Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase
“_________ V.Sa. com ____________ subordinados os cuidados que tem ________________.”
(a) tende / vossos / convosco mesmo;
(b) tenha / vossos / consigo mesma;
(c) tenha / seus / convosco mesmo;
(d) tende / vossos / consigo mesmo;
(e) tenha / seus / consigo mesmo.

Resposta do teste: Letra (e). Vossa Senhoria é pronome de tratamento. A concordância é a mesma de VOCÊ, ou seja, deve ser feita com verbos e pronomes de terceira pessoa: “TENHA Vossa Senhoria com SEUS subordinados os cuidados que tem CONSIGO mesmo”.

Hífen - Saiba quando usar o hífen para separar palavras iniciadas com ‘mini’ - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa



Saiba quando usar o hífen para separar palavras iniciadas com ‘mini’

1a) “Devemos mesmo escrever todas as palavras com o “mini” incorporado à palavra ou separado sem hífen ou com hífen?”

Segundo o novo acordo ortográfico, só há hífen quando MINI antecede palavras iniciadas por H ou vogal igual (i): mini-hospital, mini-internato…

Nos demais casos, o elemento “mini” deve ser usado sempre “junto”, sem hífen: minissaia, minissérie, miniusina, minirreator, minidesvalorização, minibar, minienvelopes, minipãezinhos…

2a) “Noventa por cento do paisagismo, desenhado por Roberto Burle Marx, já foi restaurado. O correto não seria já foram restaurados?”

A concordância com as percentagens é um tema bastante polêmico. Há quem prefira a concordância com o número percentual: “Noventa por cento do paisagismo foram restaurados”; e aqueles que preferem a concordância com o especificador: “Noventa por cento do paisagismo foi restaurado”. Não é, portanto, uma questão de certo ou errado. É uma questão mais de estilo ou preferência. A minha constatação é que hoje há uma visível preferência pela concordância com o especificador: “Sessenta por cento da população já foi vacinada”, “Um por cento das crianças foram vacinadas”.

3a) “Está certo dizer ‘tenho soltado todos os pássaros engaiolados que encontro’ e ‘o delegado havia soltado ontem esse ladrão’?”

Está corretíssimo. Para os verbos que apresentam particípios abundantes (=solto e soltado, aceito e aceitado, entregue e entregado, suspenso e suspendido…), devemos adotar a seguinte regra: a) com os verbos ter e haver, devemos usar a forma regular terminada em “-ado” ou “-ido”: “tinha ou havia soltado os pássaros”, “havia aceitado o convite”, “tinha entregado os documentos”, “tinha ou havia suspendido os jogadores”… b) com os verbos ser ou estar, devemos usar a forma irregular: “os pássaros foram soltos”, “o convite foi aceito”, “os documentos serão entregues”, “os jogadores estavam suspensos”…

4a) “Já vi escrito num livro de português adeqúo e argúo. Acredito na existência dessas formas, pois, em certas situações, não há outra opção.”

Rigorosamente, o verbo adequar é defectivo, ou seja, não apresenta algumas formas. Para a maioria dos estudiosos não existe a forma “adeqúo”. A solução é substituir por um verbo sinônimo ou expressão equivalente: em vez de “eu me adeqúo à atual situação”, poderia ser “eu já estou adequado à atual situação” ou “estou me adequando à atual situação”.

O verbo arguir não é defectivo. A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo é “eu arguo”. O detalhe é que não há acento agudo na vogal “u”, embora a sílaba tônica seja a penúltima (=”gu”). Devemos pronunciar “arguo”.



PÊGO, PEGO ou PEGADO?

Dúvida do leitor: “Na minha juventude nunca ouvi alguém falar que “foi pêgo”. Agora, a TV (Rio e São Paulo passam o tempo falando essa asneira. Até o jornal que se acha o melhor do país, que é a F. São Paulo, caiu nessa). Sob a minha óptica, respaldado no Caldas Aulete e no Delta Larouse, pêgo é uma ave. Para mim, o Aurélio é um dicionário popular da língua portuguesa. É bom tê-lo para tirar dúvidas, mas com visão crítica.”

Meu caro leitor, eu também aprendi na minha juventude que o particípio do verbo pegar era somente pegado: “Ele tinha pegado os documentos”, “Ele foi pegado em flagrante”.

O problema é que as línguas são vivas, elas evoluem, elas se transformam. E isso não é um fenômeno exclusivo da língua portuguesa. O difícil é estabelecer um critério para aceitar ou não as novidades linguísticas.

Entretanto é fato que a forma pego (“pêgo” em algumas regiões e “pégo” em outras) está consagradíssima. Hoje há registros em várias obras da nossa literatura e nos estudos de muitos especialistas.

Sugiro que você, meu caro leitor, não sofra tanto, senão terá que procurar algum cardiologista. Que fique bem claro: se usarmos a forma pegado, estamos falando corretamente. Quanto à forma pego, é perfeitamente aceitável na fala coloquial e discutível em textos que exijam o chamado padrão culto da nossa língua. Inaceitável é exigir que o candidato ao vestibular, por exemplo, saiba se o gramático Fulano de Tal considera  a forma pego “certa” ou “errada”.



POR QUE ou POR QUÊ?

Pergunta de leitor: “Reforma Agrária, por que? ou Reforma Agrária, por quê?”

Segundo as nossas regras ortográficas, a palavra que, no fim da frase, interrogativa ou não, torna-se tônica. Daí a necessidade do acento circunflexo: “Reforma Agrária, por quê?”