Globalização e Subdesenvolvimento
Este início de século está marcado pela emergência de um novo padrão tecnológico que impulsiona uma "terceira revolução industrial", pelo peso crescente do capital financeiro que mobiliza diariamente cerca de US$ 1,5 trilhão no sistema interligado do mercado de capitais e pela centralização cada vez maior do avanço tecnológico e do comércio internacional nas grandes empresas transnacionais, que concentram 2/3 do comércio mundial, basicamente no interior da tríade EUA-Japão-CEE.
Nesse cenário a globalização é uma etapa superior do processo de internacionalização da economia, que subordina os destinos dos povos e nações ao interesse das grandes empresas e bancos da economia transnacionalizada, concentrando cada vez mais poder nas grandes potências industrializadas.
Os chamados paises em desenvolvimento recebem relativamente cada vez menos investimentos diretos no exterior, nesse cenário de liberdade absoluta de escolha para o capital financeiro e grandes transnacionais.
A maioria dos paises em desenvolvimento já está praticamente excluída desse processo. Em 1994, 79% do total de investimentos externos no exterior para os paises em desenvolvimento foram para apenas dez paises. O acesso está, na América Latina, condicionado ao avanço das reformas liberalizantes. É nesse cenário adverso que o continente passou da condição de "paises devedores" para "mercados emergentes" no inicio dos anos 90
Estamos perdendo a "terceira revolução industrial". Para além das aparências desse ciclo de consumo promovido pelo real, nossas condições estruturais e a opção do governo FHC pelo ajuste neoliberal empurram o pais para uma inserção subordinada, que fragiliza de forma crescente nossas possibilidades históricas como nação. Carregamos a pesada herança da "década perdida" dos anos 80, marcada pela crise da divida externa. Longe de resolver, estamos agravando a desorganização e fragilidade das finanças publicas com uma divida pública mobiliária que, durante o governo FHC, pulou do patamar de R$ 65 bilhões para mais de R$ 170 bilhões !
Os problemas de infra-estrutura econômica estão longe de serem solucionados e as privatizações aumentam os lucros para os novos proprietários, mas não significam necessariamente um novo patamar de investimentos privados. O atraso da educação continua sendo o mais grave problema estrutural do desenvolvimento e não teremos competitividade em um pais que está cortando recursos para educação de uma população que possui uma média de escolarização de apenas 3,8 anos.
Estamos nos endividando aceleradamente, vulnerabilizando externamente o pais e hipotecando o futuro sem enfrentar os problemas estruturais do desenvolvimento. Estamos nos endividando para financiar um ciclo passageiro de consumo, uma estabilidade monetária marcada por profundos desequilíbrios macroeconômicos e incapaz de compatibilizar estabilidade com crescimento sustentado.
O desemprego em massa, a exclusão social crescente e a violência urbana degradam a qualidade de vida nas grandes cidades. As privatizações aliviam conjunturalmente os graves problemas cambiais e fiscais dessa política econômica e empurra para frente o nosso reencontro com o subdesenvolvimento.
As grandes diferenças ao nível da Saúde entre os países Industrializados e os países em desenvolvimento são aterradoras, podendo indicar-se alguns exemplos que não passaram despercebidos. Existem entre os países mais ricos e os países do 3º Mundo, graves desigualdades ao nível da esperança de vida, ao número de médicos por habitante, da prevenção contra a doença, da mortalidade infantil, das crianças com peso deficiente, da mortalidade materna, do acesso à água potável, a saneamento e aos serviços de saúde.
Esperança de vida
Ao nível do Globo, a esperança de vida á nascença difere bastante.
Nos países desenvolvidos, por exemplo no Japão, Suécia e Suíça, a esperança de vida á nascença é superior a 78 anos.
Nos países mais pobres, por exemplo na Serra Leoa, esta não chega atingir os 40 anos de idade.
A criança africana vive cerca de metade dos anos que vive uma criança num país desenvolvido, como um criança Europeia.
Número de médicos por habitante
Nos países ocidentais existe um médico por cada Quatrocentos habitantes.
Em África chega a existir um médico por cada vinte cinco mil habitantes
Nos países desenvolvidos gasta-se em média sessenta e cinco mil escudos por habitante em cada ano enquanto nos países menos desenvolvidos esse valor é inferior a mil escudos.
Prevenção contra doenças
As campanhas de informação e prevenção contra as doenças são numerosas nos países industrializados sendo a maioria da população vacinada contra as doenças mais contagiosas e que podem causar epidemias.
Nestes países, os valores das crianças vacinadas contra a tuberculose durante um ano ronda os noventa por cento, enquanto no Niger e no Ruanda não ultrapassa os trinta e dois por cento este facto deve-se á escassez dos meios e ao difícil acesso, á informação e aos cuidados médico sanitários.
Mortalidade Infantil
A Falta de Cuidados médicos, relacionada com uma higiene deficiente e uma alimentação bastante insuficiente, faz com que as crianças que têm menos de um ano morram, em números avassaladores nos países africanos. Pelo contrário nos países europeus onde as crianças têm um acompanhamento médico, uma alimentação adequada e uma higiene cuidada, tem muitas possibilidades de viver saudáveis.
Criança com peso deficiente
Em África é preocupante o número de crianças com cinco anos que apresentam um peso deficiente, em relação ao que realmente deveriam ter na sua idade, devido à alimentação insuficiente e devido às más condições de vida. Aqui, mais de cinquenta por cento das crianças têm peso abaixo do normal ao contrário dos países industrializados este valor não excede os quatro por cento.
Mortalidade materna
Nos países subdesenvolvidos, a mortalidade materna é muito elevada porque o acompanhamento que as mães têm no momento do parto é deficiente. Pelo contrário, na Europa, noventa e nove por cento dos partos são assistidos por técnicos de saúde. Em África, estes são verdadeiramente assustadores porque a assistência médica durante o parto é deficiente.
--- Nos países subdesenvolvidos, a mortalidade materna é muito elevada porque o acompanhamento que as mães têm no momento do parto é deficiente. Pelo contrário, na Europa, noventa e nove por cento dos partos são assistidos por técnicos de saúde. Em África, estes são verdadeiramente assustadores porque a assistência médica durante o parto é deficiente. Os cinco países com maior taxa de mortalidade materna ( 100.000 nados vivos) Serra Leoa, Afeganistão, Somália, Chade e Angola
Acesso a água potável, saneamento e serviços de saúde
O acesso a água potável, a saneamento e a serviços de saúde têm um papel muitíssimo importante a nível da saúde de uma população quanto mais fácil o acesso a estes serviços melhor será a saúde da população na Europa o acesso a estes serviços abrange quase a totalidade da população enquanto nos países subdesenvolvidos com o exemplo dos acessos dos países africanos são bastante reduzidos.
População com acesso aos serviços de Saúde ( %) em alguns países , em 1996. O acesso à agua potável (%) em alguns países, em 1996
Conseqüências ao nível da saúde
As situações de subnutrição podem conduzir ao aparecimento de doenças relacionadas com o excesso de peso e com problemas cardiovasculares; as de subnutrição originam uma grande variedade de enfermidades.
Assim, as carências em proteínas determinam comportamentos apáticos, a falta de certas vitaminas, por exemplo vitaminas B, C, D, reflecte-se respectivamente no beribéri, no escorbuto e no raquitismo, enquanto a escassez de determinados sais minerais leva a anemias e a perturbações no desenvolvimento físico e psíquico.
Isto para alem dos casos de desnutrição global e de mal nutrição moderada, os últimos dos quais tornam as crianças vulneráveis ás agressões infecciosas e parasitárias. Estes e outros problemas de saúde são ainda mais graves quando os recursos materiais e humanos de apoio são precários e quando as condições climatéricas e de vida Urbana condicionam o ambiente.
A insuficiência e carência de serviços de saúde nos países em via de desenvolvimentos O acesso à Saúde nos países desenvolvidos
A insuficiência e carência de serviços de saúde nos países em via de desenvolvimentos ------ O acesso à Saúde nos países desenvolvidos
A SIDA, pela não existência de cura e pela sua transmissão de forma rápida através do sangue contaminado ou de contactos sexuais com uma pessoa portadora do VIH ( Vírus de Imunodeficiência adquirida é uma das doenças mais graves do nosso século.
A pobreza existente em muitos países é responsável pelo aumento do número de pessoas infectadas com o vírus. Assim, são os países subdesenvolvidos os mais afectados pela Sida. Este facto deve-se à grande liberalização de comportamentos sexuais existente, à escassa informação disponível, às fracas condições sanitárias; à insuficiência de diagnóstico e de tratamento e à existência da poligamia.
Até 1996 foram oficialmente registados mais de um milhão e trezentos mil casos de Sida no mundo, verificando-se 12% na Europa e cerca de 34% em África.
Por outro lado, o número de pessoas portadoras do vírus atinge os 14 milhões, entre os quais 95% dos casos de infecção registam-se nos países subdesenvolvidos. No continente africano encontram-se cerca de 63% dos adultos infectados por HIV. Na África subsariana uma em cada 30 pessoas entre 15e os 49 anos está infectada pelo vírus da Sida. Até ao fim deste século mais de 10 milhões de crianças africanas ficaram órfãs devido ao vírus da sida e igual número de crianças irá nascer seropositiva por transmissão dos seus pais.
SIDA --- A doença do século XX, nº de pessoas infectadas com VIH, em 1996
Trabalho Enviado Por
Bárbara
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