Abelhas - Parte III


05. OS  ZANGÕES


      Os zangões são abelhas machos, sendo mais largos e fortes que qualquer abelha. Não possuem ferrão, não coletam pólen ou néctar, não produzem cera e não possuem glândulas odoríferas. A única função dos zangões é a fecundação das rainhas virgens.
            Por não possuir órgãos de trabalho, o zangão não faz outra coisa a não ser voar à procura de uma rainha virgem para fecundá-la.
            Eles nascem 24 dias após a postura do ovo e atingem a maturidade sexual aos 12 dias de vida. Vivem de 80 a 90 dias e dependem única e exclusivamente das abelhas operárias para sobreviver: são alimentados por elas, e por elas são expulsos da colméia nos períodos de falta de alimento (isso acontece, normalmente no inverno, às vezes eles morrem de fome e frio).
            Quase duas vezes maiores que as operárias, a presença de zangões numa colméia é sinal de que a colônia está em desenvolvimento e de que existe alimento em abundância.
            Apesar de não possuir órgãos de defesa ou de trabalho, ele é dotado de aparelhos sensitivos excepcionais, que pode identificar, pelo olfato ou pela visão, rainhas virgens a dez quilômetros de distância.
            Os zangões costumam agrupar-se em determinados pontos próximos às colméias onde ficam a espera de rainhas virgens. Quando descobrem a “princesa” partem todos em perseguição à rainha, para copular em pleno vôo, o que acontece sempre acima dos 11 metros de altura. No vôo nupcial, uma média de oito a dez zangões conseguem realizar a façanha (somente os mais fortes e rápidos). Mas eles pagam um preço alto pela proeza: após a cópula, seu órgão genital é rompido, ficando preso a câmara do ferrão da rainha. Logo após o zangão morre.

06. AS  OPERÁRIAS

São as fêmeas que são não fecundadas porque seu aparelho reprodutor não se desenvolve, fica atrofiado e são e as de menor porte na família, embora constituem o maior número de população, podendo situar entre 50 e 80 mil por enxame. Estas abelhas possuem cesta de pólen, vesícula melífera, glândulas de veneno, odoríferas, ferrão, etc.
A abelha operária  é responsável por todo o trabalho realizado no interior da colméia, obedecendo a uma rígida distribuição dos serviços de acordo com sucessivas transformações que acontecem em seu organismo no decorrer de suas vidas. As abelhas operárias encarregam-se da higiene da colméia, garantem o alimento e água de que a colônia precisa coletando pólen e néctar, produzem a cera, com a qual constróem os favos, alimentam a rainha, os zangões e as larvas por nascer e cuidam da defesa da família.
Além destas atividades, as operárias ainda mantêm uma temperatura estável, entre 33oe 36o c, no interior da colmeia, produzem e estocam o mel que assegura a alimentação da colônia, aquecem as larvas (crias) com o próprio corpo em dias frios e elaboram a própolis, substância processada a partir de resinas vegetais, utilizadas para desinfetar favos e paredes e vedar frestas.
            Resumidamente, as operárias respondem por todo trabalho empreendido na colméia. Elas nascem 21 dias após a postura do ovo (três dias a menos que o zangão), e podem viver até seis meses, em situações excepcionais de pouca atividade, mas seu ciclo de vida normal não ultrapassa os 60 dias, pois seu tempo de vida varia de acordo com o clima e a atividade da colméia.
            Mas apesar de curta, a vida das operárias é das mais intensas. E esta atividade já começa momentos após o nascimento, quando ela executa o trabalho de faxina, limpando alvéolos, assoalho e paredes da colméia. Daí a denominação de faxineira. A partir do quarto dia de vida, a operária começa a trabalhar na cozinha da colméia, com desenvolvimento de suas glândulas hipofaríngeanas, ela passa a alimentar as larvas da colônia e sua rainha.
Neste período de sua vida, que vai até o 14o dia, são chamadas de nutrizes, essas abelhas ingerem pólen, mel e água, misturando esses ingredientes em seu estômago. Em seguida , esta mistura, que passou por uma série de transformações químicas, é regurgitada nos alvéolos em que existam larvas. Esta mistura servirá de alimento às abelhas por nascer. 
Com o desenvolvimento das glândulas hipofaríngeanas, produtoras de geléia real, as operárias passam a alimentar também a rainha que se alimenta, exclusivamente, dessa substância. Elas também são chamadas de amas.
De nutrizes, as operárias são promovidas a engenheiras, a partir do desenvolvimento de suas glândulas cerígenas, o que acontece por volta do seu nono dia de vida. Com a cera produzida por estas glândulas, as abelhas engenheiras constróem os favos e paredes da colméia e fecham as células que contêm mel maduro ou larvas. Além desde trabalho, estas abelhas passam a produzir mel, transformando o néctar das flores que é trazido por suas companheiras. Até esta fase, as operárias não voam.
A partir do 21o dia de vida, as operárias passam por nova transformação: elas abandonam os trabalhos internos na colméia e se dedicam a coleta de água, néctar e própolis, e a defesa da colônia. Nesta fase, que é a última de sua existência, as operárias são conhecidas como campeiras.

Tempo de Vida das Operárias

Atividades Exercidas
1 a 3 dias
Fazem a limpeza e reforma polindo os alvéolos
3 a 7 dias
Alimentam com mel e pólen as larvas com mais de três dias
7 a 14 dias
Alimentam as larvas com idade inferior a três dias com geléia real. Também neste período, algumas cuidam da rainha
12 a 18 dias
Fazem limpeza no lixo da colméia
14 a 20 dias
Segregam a cera e constróem os favos
18 a 20 dias
Defendem a colméia contra inimigos e contra o apicultor desprevenido
21 dias em diante
Trazem néctar, pólen, água e própolis, até a morte


07.            CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS

TEMPO
OPERÁRIA
RAINHA
ZANGÃO
1o ao 3o dia
Ovo
Ovo
Óvulo
3o dia
Eclosão do Ovo
Eclosão do Ovo
Eclosão do Ovo
3o ao 8o dia
Larva
Larva
Larva
8o dia
Larva
Célula Operculada
Larva
8o ao 9o dia
A célula é operculada; a larva tece o casulo
A larva tece o casulo
A célula é operculada; a larva tece o casulo
10o ao 10o  ½ dia
Pré-pupa
Pré-pupa
Tece o casulo
11o dia
Pré-pupa
Pupa
Pré-pupa
12o dia
Pupa
Pupa
Pré-pupa
16o dia
Pupa
Inseto Adulto
Pupa
21o dia
Inseto Adulto
-
-
24o dia
-
-
Inseto Adulto
1o ao 3o dia
Incubação e limpeza
Rainha Jovem
Vive só para Colméia
4o dia
Começa a alimentar as larvas
Rainha Jovem
Vôos para Fora
5o dia
Alimenta as larvas
Vôo Nupcial
Procura rainha para fecundar
5o ao 6o dia
Alimenta as larvas jovens, produz geléia, faz os primeiros vôos para fora
A rainha é alimentada
Procura rainha para fecundar
8o ao 12o dia
Produz geléia real, produz cera, faz os 1os vôos de reconhecimento
A rainha começa a engordar
Se acasalar, morre
13o ao 19o dia
Trabalhos de campeira
Inicia a Postura
Se acasalar, morre
21o ao 30o dia
Trabalhos de Campeira
Põe Ovos
Se acasalar, morre
31o dia
Campeira
Pões Ovos
Se acasalar, morre
31o ao 45o dia
Campeira
Põe Ovos
Morre
31o ao 45o dia
Coleta Pólen e néctar
Põe Ovos
-
55o dia
Morre
Pões Ovos
-
729o ao 1450o  dia
-
Pode voar com todas as abelhas mais velhas, no processo de enxameação. Morre.




07.            COMO TRAZEM O ALIMENTO

      Elas colhem o néctar das flores com suas compridas línguas (também chamadas de glossas), o produto é armazenado em sua vesícula melífera (papo de mel) que também transporta a água coletada. Quando retornam à colméia as campeiras transferem o néctar que colheram para as (abelhas) engenheiras, e estas, por sua vez,  vão retirar o excesso de umidade e transformá-lo em mel.
         Além do néctar das flores, as campeiras trazem outro importante alimento para a colméia: o pólen, conhecido como pão das abelhas, que também é estocado nos favos. As campeiras coletam em suas cestas de pólen, situadas nas tíbias das patas traseiras.
            Finalmente, as campeiras coletam a resina que será transformada em própolis com o auxílio de suas mandíbulas e penugens que é transportada nas cestas de pólen.

08.            ANATOMIA DAS ABELHAS

O corpo da abelha é dividido basicamente em três partes:

      CABEÇA, TORÁX E ABDOME

08.1.      A CABEÇA

      É o centro sensorial da abelha porque nela estão seus órgãos sensoriais que lhe permitem saber o que se passa a seu redor. Através dos grandes olhos compostos, podem orientar-se em seus vôos e distinguir as cores das flores.
      Nas antenas possuem os sentidos da audição, do olfato e do tato, imprescindíveis quando se encontram na escuridão da colméia. Pelo cheiro podem reconhecer suas companheiras e detectar seus inimigos. Nas suas duas antenas, estão localizadas as chamadas cavidades oftálmicas, órgãos bastante desenvolvidos, que têm a importante função de captar odores como o de floradas, por parte das campeiras, ou odor de rainhas virgens por parte dos zangões. Os zangões apresentam cerca de 30.000 cavidades oftativas, as operárias cerca de 4000 a 6000 e a rainha cerca de 3000 cavidades.
     Também na cabeça está localizado o complexo sistema visual das abelhas que é composto por três ocelos ou olhos simples, situados na parte frontal da cabeça e dos olhos compostos, localizados nas laterais da cabeça, os quais, são constituídos por milhares de omatídeos, formando um conjunto de olhos interligados. Apesar de fixos, estes olhos são capazes de enxergar bem e a longas distâncias. Os zangões apresentam 13.000 omatídeos, as operárias cerca de 6.500 e a rainha, 3000.
Ainda na cabeça estão localizadas três importantes glândulas: as mandibulares, que dissolvem a cera e ajudam a processar a geléia real que alimentará a rainha,  as hipofaríngeanas que funcionam do 5oao 12o dia de vida da operária e transformam o alimento comum em geléia real. Além das glândulas e dos órgãos de sentido, ainda estão situados na cabeça das abelhas o bucal e os sacos aéreos, que se interligam no abdômen.
    As abelhas e vespas têm dois pares de asas membranosas bem desenvolvidas, sendo o par anterior maior que o posterior.
    Resumimos abaixo o que faz parte do centro sensorial das abelhas:

-          As Antenas – são responsável pelo olfato;

-          Os Olhos Compostos – são localizados na lateral da cabeça e são responsáveis pela visão da abelha e que são ainda formados por milhares de omatídeos (pequenos olhinhos);

-          Os Olhos Simples (ocelos) - auxiliam na percepção da luz e se localizam na parte da frente da cabeça;

-          As Mandíbulas - na rainha e no zangão servem para abrir as células e nas operárias servem para moldar os favos, coletar o própolis e segurar algo que tenha entrado na colméia;

-          A Glossa (língua dos insetos) - serve para sugar o néctar das flores. É envolvida pelos palpos labiais e maxilares que servem de proteção para a glossa;

-          As Glândulas Salivares e Faciais.

08.2.      TÓRAX

O tórax da abelha é formado por três segmentos: o primeiro, ligado à cabeça, chama-se Protórax;  a mediana,  Mesotórax;  e o terceiro ligado ao abdômen, Metatórax.
Os órgãos de locomoção da abelha estão situados em seu tórax: as seis patas, divididas em seis segmentos, e seus dois pares de asas. Também estão alojados no tórax: o esôfago das abelhas e os espiráculos (órgãos de respiração).
Os pares de patas diferem entre si, possuindo cada um deles uma função diferente. Na primeira parte do tórax estão instaladas as patas anteriores, as quais são forradas por pêlos microscópicos e que servem para limpar as antenas, os olhos, a língua e a mandíbula; Na segunda parte estão as patas medianas que possuem um esporão, cuja função é a limpeza das asas e a retirada do pólen acumulado nos cestos das patas posteriores, estas instaladas na última parte do tórax e que se caracterizam pela existência das cestas de pólen, pentes e espinhos, cuja finalidade é retirar as partículas de cera elaboradas pelas glândulas cerígenas alojadas no ventre.
 É o centro locomotor da abelha e nele encontramos:
a)      Três pares de patas:
·         As patas anteriores onde as abelhas possuem uma estrutura que serve também para limpar as antenas e retenção do pólen na corbícula (espécie de cesta para armazenar);
·         As patas medianas, nas quais encontramos uma quantidade muito grande de pêlos que são utilizados para limpar o tórax da abelha;
·         As patas posteriores, onde encontramos a corbícula, formado por uma franja de pêlos nas tíbias posteriores;

b)      Dois pares de asas;
c)      Glândulas Salivares e Glândulas das Patas.

08.3.      ABDOME

O abdome abriga a maioria dos órgãos das abelhas. Nele estão situados a vesícula melífera (que transforma o néctar em mel e ainda transporta a água coletada no campo para a colméia), o estômago das abelhas (conhecido como ventrículo), seu intestino delgado, as glândulas cerígenas (responsáveis pela produção de cera) e as traquéias ou espiráculos (órgãos de respiração).
            No abdome dos zangões está localizado seus órgãos reprodutores, constituído por um par de testículos, duas glândulas de muco e pênis.
            Exatamente na extremidade do abdômen está localizada a arma de defesa das abelhas: seu temível ferrão. Para a abelha rainha, o ferrão nada mais é do que um instrumento de orientação que visa localizar as células dos favos onde irá ovular, ou então, de defesa, utilizado para picar outra rainha que porventura, tenha nascido ao mesmo tempo, com a qual, travará uma luta de vida ou morte pela liderança dentro da colméia.  É importante saber que a rainha só ataca outra rainha, só utilizará seu ferrão, contra outra que queira tomar seu trono.
            Outro ponto interessante é que o ferrão da rainha é liso, após penetrar e injetar o veneno, ele volta ao seu estado normal, o que não acontece com as operárias. As operárias têm o ferrão em forma de serrote, que após penetrar em algo mais duro, como a pele do homem, fica preso puxando parte dos seus órgãos internos, o que ocasiona a sua morte, logo em seguida.
            Assim, para as operárias, o ferrão é uma importante defesa, é por meio do ferrão que as abelhas se defendem, injetando no inimigo uma toxina que, em grande quantidade, pode ser fatal. Basta dizer que uma pessoa picada por mais de 400 ou 500 abelhas tem morte certa. No entanto, o veneno das abelhas, em doses reduzidas e adequadamente administradas, é empregado em vários países, principalmente nos Estados Unidos e Rússia, no combate a doenças como reumatismo, nevralgias, transtornos circulatórios e várias outras doenças.
            É também no abdome que estão localizados os órgãos de reprodução femininos: vagina, ovários (dois), espermateca (bolsa onde a rainha armazena os espermatozóides dos zangões que a fecundaram) e a glândula de odor que tem importante papel de possibilitar a identificação entre as abelhas. É por causa deste cheiro característico que uma abelha não é aceita por uma outra colméia que não seja a sua. Cada abelha tem a sua colméia, saindo e retornando precisamente sempre para o mesmo alvo (entrada do ninho). Desta forma ela nunca erra de casa, pois se isso acontecer, ela será picada e morta. Esse fato somente não ocorrerá se na hora do pouso errado, ela estiver carregada de néctar e pólen, neste caso, a abelha é muito bem recebida e integrada a família (nova colméia).

   O abdômen é o local de armazenamento do corpo da abelha e é coberto de pêlos, nele encontramos:
a)      Aparelho reprodutor;
b)      Estômago de mel;
c)      Estômago verdadeiro;
d)     Os intestinos;
e)      Aparelho circulatório;
f)       Aparelho respiratório;
g)      Aparelho digestivo;
h)      Gânglios nervosos;
i)        Glândulas salivares, glândulas de veneno, entre outras;





FONTE: EDMS – Trabalhos Escolares, Educação & Diversão (ANO 2000 - 2003)


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