A Sistemática dos Seres Vivos



Introdução:

Das bactérias às leveduras, aos fetos, às flores, às aves, ao próprio Homem, todas as formas de vida exibem a sua diversidade. A beleza e ‘sedução’ dessas formas, cores e estruturas têm sido o chamariz para o conhecimento do mundo em que vivemos. E quanto mais estudamos e conhecemos, mais necessidade sentimos de continuar a procurar e a desvendar os mistérios da Natureza.
A realização deste trabalho de investigação pretende auxiliar os alunos na construção e consolidação da sua aprendizagem e dos seus conhecimentos a nível da disciplina de Biologia.
Este trabalho baseia-se, essencialmente, na Sistemática e na classificação e divisão dos seres vivos em reinos, que implica a investigação de outras ciências, como a taxonomia, e que por sua vez, implica a definição de critérios de distinção a nível mundial, entre a comunidade científica.


1. Identificar a sistemática como a ciência da classificação e um ciência em evolução

Sistemática é a ciência responsável pela classificação dos seres vivos, uma vez que esta estuda as relações entre os organismos, os espécimes e a sua preservação e analisa todos os dados recolhidos noutras áreas da pesquisa biológica. Estas características da sistemática permitem-lhe um maior conhecimento e domínio para a classificação dos seres vivos.
A sistemática é também uma ciência em evolução. O primeiro sistema de classificação foi de Aristóteles no IV a.C. , seguindo-se Lineu em 1758. Actualmente a sistemática usa como base a hierarquia de Lineu, podendo esta vir a ser alterada futuramente, visto que o ser humano ainda desconhece muitos seres que existem no nosso planeta, nomeadamente, nas profundezas dos oceanos. Além disso, como a sistemática estuda o modo como os seres vivos se relacionam evolutivamente então nunca poderá estacar numa só classificação, esta irá sofrer, ao longo do tempo, constantes alterações.


2. Distinguir sistemática, taxonomia e nomenclatura

Sistemática é a ciência que procura classificar os diversos seres vivos e relacioná-los evolutivamente, expressando-se em sistemas taxonómicos. Para isso, reúne conhecimentos e dados de outras áreas. A taxonomia, por sua vez, trata da ordenação e denominação dos seres vivos, agrupando-os de acordo com o seu grau de semelhança. A taxonomia pretende separar os organismos por espécies, descrevendo as características que distinguem uma espécie da outra e ordenando as espécies por categorias taxonómicas. Por fim, a nomenclatura tem a função de designar cientificamente os grupos taxonómicos, de acordo com certas regras universalmente estabelecidas.


3. Relacionar a evolução das classificações biológicas com a evolução do conhecimento científico

O ramo da ciência que se responsabiliza pela classificação dos seres vivos – sistemática, teve início no século IV a.C. por Aristóteles, que ordenou os animais consoante o seu modo de reprodução e o seu tipo de sangue: vermelho ou não vermelho. A partir dos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a esboçar um sistema de categorias de classificação. Em 1758, Lineu fez o primeiro trabalho extensivo de categorização, que ainda serve de base actualmente.
Como já foi referido, a ciência sistemática é caracterizada por aglomerar conhecimentos de varias áreas ligadas à biologia. Quando foi criado o primeiro sistema de classificação, por Aristóteles, as ferramentas utilizadas para a classificação dos seres vivos eram muito rudimentares, a ciência ainda não estava em desenvolvimento. Foi a partir do século XVII que começou o grande avanço na área da ciência com Galileu e Descartes. Em 1758 já se notava significativamente o progresso obtido na ciência, através do vasto trabalho de categorização de Lineu. Neste momento as ferramentas utilizadas são muito mais avançadas e tendem a evoluir cada vez mais. Dada a constante evolução das tecnologias e o progresso a nível do conhecimento científico, a sistemática também evoluiu, uma vez que esta reúne conhecimentos de áreas a si ligadas. Actualmente tem-se recorrido à biologia molecular que permite comparar os diferentes códigos genéticos, e futuramente, com certeza, serão utilizados outros métodos para o desenvolvimento da ciência sistemática.

Fig.1 – Sistema de classificação dos seres vivos, em cinco reinos.


4. Identificar diferentes sistemas de classificação, os seus critérios, vantagens e limitações

Podemos distinguir cinco sistemas de classificação diferentes: classificação em dois reinos, classificação em três reinos, classificação em cinco reinos, classificação em seis reinos e classificação em três domínios.
O sistema de classificação em dois reinos, de Aristóteles e Lineu, separava os seres em dois reinos distintos: as plantas e os animais, tendo em conta:
- O tipo de nutrição (autotrofia – plantas e heterotrofia – animais);
- A morfologia (sem forma – plantas e com forma – animais);
- A locomoção (as plantas são fixas e os animais não);
- Os constituintes das células (as plantas têm parede celular celulósica e os animais têm outros constituintes no interior das células).
A vantagem deste sistema de classificação é a sua simplicidade que tornava a classificação óbvia e bem definida para os seres macroscópicos, embora tivesse uma limitação perante a classificação dos fungos, que não se encaixavam no reino das plantas.
O sistema de classificação em três reinos, por Haeckel em 1834,teve o auxilio do microscópio que lhe permitiu observar os seres microscópicos. Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista e nele incluía todos os seres unicelulares e coloniais, que não tinham tecidos diferenciados. Este sistema de classificação não foi aceite de forma geral, uma vez que, o próprio Haeckel estava relutante em quebrar a antiga tradição dos dois reinos.
A classificação feita por Whittaker em 1969, reconhece cinco reinos: Plantae, Animalia, Fungi, Protista e Monera. Whittaker propõe inicialmente, dois critérios de classificação:
- Organização celular: unicelulares ou multicelulares;
- Modo de nutrição: Autotróficos (fotossíntese); heterotróficos (ingestão e absorção).
Depois destes dois critérios foram acrescentados mais dois, que fizeram constituir a classificação de Whittaker (modificada). Assim o sistema passou a ter os seguintes critérios:
- Organização celular: unicelulares ou multicelulares;
- Modo de nutrição: Autotróficos (fotossíntese e quimiossíntese); heterotróficos (ingestão e absorção).
- Tipo de células: Procarióticas e eucarióticas;
- Interacção nos ecossistemas: Produtores, consumidores, macroconsu-midores e microconsumidores.
Whittaker substituiu as relações filogenéticas (evolutivas) por uma classificação ecológica, tornando a sua classificação mais simples e objectiva.
O sistema de classificação em seis reinos, construído por Woese em 1977 teve como principal mudança, em relação ao sistema de cinco reinos, a divisão do reino Monera em dois novos reinos: Eubacteria e Archaebacteria. Carl Woese procedeu a esta divisão por comparação genética, nomeadamente, por comparação do RNA ribossómico. Os seres considerados no grupo Archaebacteria teriam adquirido características de seres eucariontes enquanto que os seres incluídos no grupo Eubacteria eram apenas procariontes. Este sistema de classificação é mais complexo do que os anteriores mas, por outro lado, esta classificação é mais rigorosa, uma vez que considera as relações filogenéticas dos seres.
No ano de 1990, também Carl Woese, criou um novo sistema de classificação, em que os seres não eram classificados em reinos mas sim em domínios. Por domínio entende-se cada um dos três clades propostos por Woese para, de certa forma, substituir os reinos. Uma clade é um grupo de seres vivos que se relacionam evolutivamente. Woese e os seus colegas usaram as investigações realizadas a nível do genoma e concluíram que o grupo dos seres procariontes se pode dividir em dois. Assim, obtemos três grandes domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya. Como critérios para esta classificação, Carl Woese utilizou a comparação genética. Esta classificação tem em vista apenas as relações filogenéticas entre os seres, o que a torna mais complexa, por outro lado, é uma classificação mais abrangente uma vez que divide todos os seres em três grandes domínios.

Para comparar os diversos sistemas referidos em cima, temos o seguinte quadro:
Lineu (1758)
Dois reinos
Haeckel (1894)
Três reinos
Whittaker (1959)
Cinco reinos
Woese (1977)
Seis reinos
Woese (1990)
Três domínios
Plantae
Protista
Monera
Eubacteria
Bacteria
Archaebac-teria
Archaea
Protista
Protista
   Eukarya
Plantae
Fungi
Fungi
Plantae
Plantae
Animalia
Animalia
Animalia
Animalia
Quadro 1 – Sistemas de classificação de seres vivos.


5. Compreender a importância da universalidade da hierarquia das categorias taxonómicas e das regras de nomenclatura

A universalidade da hierarquia das categorias tem um papel relevante, uma vez que permite a qualquer taxonomista, que pretenda classificar um ser, seguir uma ordem acertada e esta ser compreendida e aceite universalmente e perante os restantes taxonomistas. Na nomenclatura também é importante haver uma uniformização das regras, dado o facto de que uma espécie tem nomes vulgares diferentes consoante a região, por exemplo, a espécie Felis Concolor pode ser designada, vulgarmente, como puma, gato bravo ou leão da montanha, dependendo da região. Assim, torna-se importante que o nome de cada espécie seja universal obedecendo às regras da nomenclatura.


6. Descrever um dos critérios actualmente utilizados na classificação dos seres vivos

Actualmente, temos cerca de sete critérios de classificação, um desses critérios é a morfologia (forma de um organismo). A morfologia é um critério importante, pois exige grande precaução na sua aplicação. Um indivíduo que tenha aspecto diferente pode pertencer ao mesmo grupo. Para que seja realizada uma classificação correcta relativamente a este critério deve-se ter em conta as seguintes situações:
- Metamorfoses: o mesmo indivíduo passa por várias formas durante o seu desenvolvimento pós-embrionário, como no caso dos insectos e alguns anfíbios. Nesta situação, podem classificar-se as várias formas em espécies diferentes;
- Polimorfismos: indivíduos adultos podem apresentar diversas formas, como por exemplo, os cnidários, onde os adultos podem pólipos ou medusas. Na seguinte imagem temos o ciclo de vida destes cnidários:

Fig.2 – Ciclo de vida da medusa

- Analogias: Órgãos com origem embrionária diferente mas com formas semelhantes. A presença de analogias revela evolução convergente ou adaptação a ambiente semelhante, não um parentesco dos organismos;
Estas três situações apresentadas são relevantes, como já foi referido, para classificar correctamente um ser ao nível da sua morfologia.


7. Identificar a classificação de Whittaker modificada, apresentando as características de classificação dos seres em 5 reinos

A classificação de Whittaker classifica os seres vivos em cinco reinos distintos, tendo em conta cinco critérios: tipo de célula, organização celular, nutrição, habitat e interacção nos ecossistemas, como podemos verificar no seguinte quadro:


Reinos

Monera Protista Fungi Plantae Animalia

Tipo de células Procarióticas Eucarióticas Eucarióticas Eucarióticas Eucarióticas
Organizaçao celular Unicelulares Unicelulares pluricelulares e alguns coloniais Pluricelulares e alguns unicelulares Pluricelulares Pluricelulares
Nutrição Autotróficos (fotossíntese e quimiossíntese); heterotróficos (absorção) Autotróficos (fotossíntese); heterotróficos (absorção e ingestão) Heterotróficos (absorção) Autotróficos (fotossíntese) Heterotrófi-cos (ingestão)
Habitat Aquático, aéreo e terrestre Aquático e terrestre (ambientes húmidos) Essencial-mente terrestre Terrestre Terrestre, aquático e aéreo
Interacção nos ecossistemas Produtores e microconsumidores Produtores microconsu-midores e macroconsu-midores Microconsu-midores Produtores Macroconsu-midores
Quadro 2 – Classificação de Whittaker


8. Descrever um exemplar de ser vivo de cada um dos reinos, identificando as características que permitem inclui-lo nesse grupo

Nos cinco reinos existentes há diversos seres vivos com características diferentes que lhes permite pertencer a um reino específico.
No reino Monera temos, como exemplo, os cocos que são bactérias de forma arredondada, cujo tamanho varia entre 0,2 e 5 micrometros de diâmetro. Os cocos apresentam-se isolados ou formam colónias. As colónias são classificadas segundo a quantidade de bactérias. Estes seres vivos incluem-se neste grupo por causa de serem coloniais e unicelulares.

– Classificação das colónias de cocos
No reino Protista incluem-se as algas. As algas estão implantadas nos meios aquáticos, são seres autotróficos e, portanto, produtores. Estes seres vivos são relativamente simples, não possuem raízes, caules ou folhas, facto que não permite que estes se incluam no reino das plantas.

– Algas atlânticas
No reino Fungi temos como exemplo os cogumelos, que são fungos. Os cogumelos existem num ambiente terrestre e são heterotróficos – obtêm alimento através da absorção. Assim como os restantes fungos, os cogumelos reproduzem-se assexuadamente, através de esporos. Alguns cogumelos são comestíveis mas outros têm propriedades que causam efeitos negativos no organismo humano, como por exemplo os cogumelos venenosos e alucinogénicos. Estes seres vivos incluem-se no reino Fungi devido à sua pluralidade celular, à nutrição heterotrófica e à interacção nos ecossistemas (são microconsumidores).


– Cogumelos do tipo Panaeolus subbalteatus
Dentro do reino Plantae incluem-se todas as plantas. Os fetos são o exemplo de uma planta vascular que não produz sementes, reproduz-se por esporos e é formada por caule, um rizoma e as folhas, cuja face inferior se designa de língua. É nesta face que existem pequenos órgãos a que se dá o nome de soros e é nestes que se encontram os esporos, necessários à reprodução dos fetos (esporulação). Os fetos pertencem ao reino Plantae pois são pluricelulares, são autotróficos (realizam a fotossíntese) e, por isso, produtores nos ecossistemas. A presença dos fetos no grupo das plantas deve-se também ao facto de possuírem a estrutura básica de que todas as plantas são constituídas: raiz, caule e folhas.

– Feto arbóreo
Por último, no reino Animalia inserem-se seres que em termos de morfologia são bastante diferentes. Dos insectos, de pequena dimensão, aos mamíferos marinhos, todos têm em comum a pluricelularidade, o tipo de nutrição (heterotróficos) e a interacção nos ecossistemas. Por exemplo, a formiga, que é um insecto que vive em sociedade, agrupa-se em colónias em que cada formiga trabalha para a colónia. Estima-se que há cerca de 11.000 espécies de formigas distribuídas por todo o planeta, mas em geral, as formigas desenvolvem-se por metamorfoses completas, passam pelo estado larvar e depois, condicionadas pela temperatura, crescem, dando origem a um ser adulto. As formigas integram este grupo pelo facto de serem pluricelulares e heterotróficas (ingestão).

– Formiga Manica rubida
Além dos exemplares apresentados, há, em cada um dos reinos, milhares de outros exemplares diferentes, tendo sempre cinco características em comum, o que torna os seres vivos de cada grupo iguais e, ao mesmo tempo, muito diferentes.


Conclusão:

Com a realização deste trabalho, acerca da sistemática dos seres vivos, podemos concluir que esta é muito importante para o conhecimento científico. O desenvolvimento desta ciência estimula a curiosidade nos cientistas que a estudam e também o progresso noutras áreas que lhe servem de apoio, como por exemplo, a biologia genética.
Conclui-se também que há diversos sistemas de classificação, por vários cientistas. Este facto deve-se ao constante desenvolvimento da ciência sistemática, por descoberta de novas espécies e de novas tecnologias, que faz com que os sistemas sejam periodicamente alterados. O sistema mais comum é o de Whittaker, que divide os seres vivos em cinco reinos, tendo em conta cinco características: tipo de células, organização celular, habitat, nutrição e interacção nos ecossistemas. Dentro de cada um dos cinco reinos existem milhares de seres que, apesar de se incluírem no mesmo reino, são bastante diferentes.
Em suma, a ciência sistemática tem um papel relevante na evolução da ciência, na medida em que, recolhe dados de outras ciências e permite aplicar novas tecnologias. Para além disso, é a sistemática que faz com descubramos mais sobre as espécies que habitam a Terra e que fazem dela um planeta tão especial.


Bibliografia:

As fontes de informação que permitiram a realização deste trabalho de pesquisa foram:
- Internet:
    . http://www.biotaneotropica.org.br/v4n1/pt/editorial
    . http://www.conchasbrasil.org.br/materias/faq/default.asp
    . http://curlygirl.no.sapo.pt/classe.htm
    . http://www.valerio.bio.br/planta.htm
- Matias, Osório; Areal Editores; Manual de Biologia, 11ºano;



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