Afeganistão
A Geografia do PaísÁrea: 652.225 km². Seco e montanhoso, mas com vales férteis. Esta terra estratégia tem sido disputada por impérios estrangeiros rivais por 3000 anos aproximadamente.
População: 23.000.000 (aprox.)
Ano | População | Crescimento anual | Densidade |
2000 | 22.720.000 | +2.93% | 35 por km² |
2010 | 32.902.000 | +2.58% | 50 por km² |
2025 | 44.934.000 | +1.95% | 69 por km² |
Os refugiados afegãos em 2000 chegaram a 1.400.000 no Irã, 2.200.000 a 3.000.000 no Paquistão e em menor número em várias localidades do mundo. Em 1999 foram 6.500.000.
Capital: Kabul, com 2.700.000 habitantes.
A capital tem sido destruída pela extensa guerra civil. Outras cidades: Kandahar com 420.000 habitantes, Mazar-e-Sharif com 270.000. Taxa de urbanismo: 22%
Povos e Línguas
70 povos etno-lingüísticos
Indo-iranianos (86.8% do país)
O maior: Pashtun (Pathan) 9.700.000, depois Tajik 4.000.000; Hazara/Aimaq (de origem turca) 1.800.000. Outros de fala persa: 770.000; Baluch 260.00; Povos Nuristani (11) 250.000
Povos de língua turca (10.7% do país)
10 povos. Uzbek 1.800.000; Turcomeno 520.000
Outros povos(2.5% do país)
Brahui 240.000; Pashai 160.000.
Alfabetização: 10-31% (índice bem menor entre as mulheres)
Língua oficial:Pashto (usada por 50% da população), Dari (afegã persa, 35%). 50 línguas ao todo.
Línguas com Escrituras: 2 com NT e 3 com Porções da Bíblia.
Economia
Assolado por 22 anos de guerra. A região rural foi bombardeada e minada; metade das moradias, a maior parte do complexo sistema de irrigação e uma alta proporção do gado foram destruídos. O ópio é a principal e mais lucrativa colheita agrícola (o Afeganistão é o maior produtor do mundo), a qual tem sido paga com armas para as facções da guerra. A recuperação tem sido retardada pelo extremismo radical do governo Talibã, e pelos danos ambientais e estruturais infligidos nesta trágica terra.
Política
A monarquia foi destronada em 1973. O governo republicano terminou em golpe marxista em 1978. Depois foram invadidos pela União Soviética. Dez anos de guerra terminaram com a retirada humilhante das forças soviéticas em 1988-989. A guerra civil entre as facções étcnicas e religiosas continua causando danos enormes. O extremismo islâmico Talibã (principalmente Pashtun) assumiu o controle sobre 90% do país até 2001. Sanções da ONU em 2001 isolaram o país ainda mais.
Religião
O controle pelo Talibã no país tem imposto uma interpretação rígida do Islamismo no mundo de hoje. Os resultados têm sido devastadores para a economia e para as mulheres na sociedade. Todos os afegãos precisam cumprir os códigos restritos nas vestimentas, barba, educação e observação da lei "sharia". A pouca liberdade religiosa que existia foi abolida.
Religiões | % População | Adeptos | Crescimento anual |
Islamismo | 97.89 | 22.241.015 | +2.9 |
Zoroastrianismo | 1.50 | 340.806 | +2.9 |
Hinduísmo | 0.35 | 79.521 | +0.2 |
Étnicas tradicionais | 0.10 | 22.720 | +2.9 |
Baha’I | 0.10 | 22.720 | Sem inform. |
Cristianismo | 0.02 | 3.000 | Sem inform. |
Sikh | 0.02 | 4.544 | +2.9 |
Sem religião | 0.01 | 2.272 | +2.9 |
Os não muçulmanos podem ser bem menos do que acima listado. Nenhuma igreja cristã é permitida. O número de cristãos afegãos é estimado entre 1.000 e 3.000. Alguns obreiros cristãos expatriados recebem permissão para servir em programas sociais.
HISTÓRIA
No século VI a.C., o país fez parte do Império Persa dos Aquemênidas, que foi dominado por volta de 330 a.C. por Alexandre III, o Grande. Nos séculos III e IV, os sassânidas persas invadiram o país. Os hunos brancos tinham o controle do Afeganistão quando os árabes conquistaram a região em meados do século VIII.
O islã tornou-se a religião principal e o controle político árabe foi substituído pelo domínio iraniano e turco no século X e no início do XI. Foram vencidos por Gengis Khan por volta de 1220 e o país ficou sob o domínio mongol até o século XIV, quando um outro invasor mongol, Tamerlão, apoderou-se do norte do Afeganistão. No século XVI, os safâvidas do Irã e os uzbeques do norte fizeram expedições pela região. Os iranianos e os mongóis sufocaram as contínuas rebeliões dos afegãos.
Durante todo o século XVIII e parte do XIX, os afegãos autóctones começaram a ampliar seu poder e chegaram a conquistar o leste do Irã, o Baluquistão, Kashmir e parte do Punjab. O emirado desintegrou-se em 1818. Houve depois um período de anarquia. Dost Muhammad, membro de uma notável família afegã, tomou o controle do leste do Afeganistão, recebendo, em 1835, o título de emir.
Em 1838, o exército anglo-indiano invadiu o Afeganistão, desencadeando a Primeira Guerra Afegã (1838-1842). Os invasores capturaram as principais cidades. Em 1841, um filho de Dost Muhammad chefiou com êxito uma rebelião e, em dezembro de 1842, os britânicos abandonaram o país. Dost Muhammad recuperou o seu trono. A luta entre os filhos do emir provocou agitações no país durante mais de uma década. Em 1878, as forças anglo-indianas invadiram novamente o Afeganistão. Depois da Segunda Guerra Afegã (1878-1879), Abd-ar-Rahman, neto de Dost Muhammad, instalou-se no trono e confirmou a cessão aos britânicos do Passo de Khyber e de outros territórios afegãos. As controvérsias fronteiriças foram resolvidas com a Índia e a Rússia, criou-se um exército permanente e estabeleceram-se limites ao poder dos diferentes chefes tribais.
O emir foi assassinado e o seu sucessor, Amanullah Khan, declarou guerra à Grã-Bretanha em 1919. A Grã-Bretanha reconheceu o Afeganistão como Estado soberano e independente. Amanullah Khan mudou o seu título de emir para rei.
Em 1923, instaurou-se um regime constitucional. Os títulos de nobreza foram abolidos. Decretou-se a educação para as mulheres e foram aprovadas outras medidas de modernização. Essas reformas provocaram a rebelião de 1929, que forçou Amanullah a abdicar. O seu tio, Nadir Shah, apoiado por membros das tribos, derrotou os rebeldes e tomou o poder. O novo soberano restaurou a ordem no reino, mas foi assassinado em 1933. Durante o reinado de Zahir Shah, filho de Nadir, o programa de modernização foi intensificado. Em 1946, o Afeganistão passou a fazer parte da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 1965, o rei promulgou uma nova constituição com alguns princípios liberais. O Afeganistão passou por grandes dificuldades econômicas no final da década de 1960. Em 1973, o rei Zahir Shah foi derrubado e proclamou-se a República do Afeganistão. Uma nova constituição foi aprovada no início de 1977. Em 1978, produziu-se um violento golpe de Estado e os novos governantes, organizados em um Conselho Revolucionário, suspenderam a constituição e iniciaram um programa de socialismo científico, provocando a resistência armada dos muçulmanos. Como a rebelião não pôde ser contida, os soviéticos ocuparam o Afeganistão em 1979. Mais de 3 milhões de pessoas refugiaram-se no vizinho Paquistão. Ao longo da década de 1980, as forças governamentais e os soldados soviéticos não conseguiram derrotar os rebeldes.
Entre 1988 e 1989, a URSS retirou todas as tropas, mas a guerra civil continuou. Em 1992, os rebeldes tomaram Kabul. As facções rivais concordaram em formar um conselho provisório para governar o Afeganistão. Em 1993, as lideranças das facções da guerrilha, de comum acordo, tentaram estabelecer uma constituição provisória, como prelúdio para as eleições de 1994. Porém, nesse mesmo ano, as lutas começaram em Kabul entre tropas leais ao presidente Rabbani e os simpatizantes do primeiro-ministro, líder da facção militar fundamentalista xiita. Em 1994, a luta se estendeu a outras partes do Afeganistão.
A divisão entre os rebeldes permitiu o crescimento dos talibans, um grupo fundamentalista pertencente ao ramo sunita do islamismo, que foi financiado pelo Paquistão. Em 1996, uma forte ofensiva das milícias talibans lhes permitiu conquistar Kabul e controlar quase 70% do território afegão. Essa nova realidade forçou a unificação dos grupos afegãos restantes, que inicialmente conseguiram algumas vitórias sobre o Taliban. No entanto, depois da conquista de Mazar-i-Sharif em 1998, o controle total do território por parte dos fundamentalistas parece muito próximo. Seu governo tem se caracterizado por uma aplicação rígida da lei islâmica, que inclui os açoites em praça pública para os que consumirem álcool, a amputação de membros para os culpados de roubo e uma rígida segregação das mulheres. Ao mesmo tempo, as relações dos talibans com o vizinho Irã se deterioraram devido à execução de sete cidadãos iranianos, durante a conquista de Mazar-i-Sharif, o que levou o governo dos aiatolás a concentrar cerca de 70 mil soldados sobre a fronteira afegã. Os problemas diplomáticos são agravados pela rivalidade religiosa, uma vez que os xiitas iranianos vêem com preocupação o avanço dos radicais sunitas talibans.
O islã tornou-se a religião principal e o controle político árabe foi substituído pelo domínio iraniano e turco no século X e no início do XI. Foram vencidos por Gengis Khan por volta de 1220 e o país ficou sob o domínio mongol até o século XIV, quando um outro invasor mongol, Tamerlão, apoderou-se do norte do Afeganistão. No século XVI, os safâvidas do Irã e os uzbeques do norte fizeram expedições pela região. Os iranianos e os mongóis sufocaram as contínuas rebeliões dos afegãos.
Durante todo o século XVIII e parte do XIX, os afegãos autóctones começaram a ampliar seu poder e chegaram a conquistar o leste do Irã, o Baluquistão, Kashmir e parte do Punjab. O emirado desintegrou-se em 1818. Houve depois um período de anarquia. Dost Muhammad, membro de uma notável família afegã, tomou o controle do leste do Afeganistão, recebendo, em 1835, o título de emir.
Em 1838, o exército anglo-indiano invadiu o Afeganistão, desencadeando a Primeira Guerra Afegã (1838-1842). Os invasores capturaram as principais cidades. Em 1841, um filho de Dost Muhammad chefiou com êxito uma rebelião e, em dezembro de 1842, os britânicos abandonaram o país. Dost Muhammad recuperou o seu trono. A luta entre os filhos do emir provocou agitações no país durante mais de uma década. Em 1878, as forças anglo-indianas invadiram novamente o Afeganistão. Depois da Segunda Guerra Afegã (1878-1879), Abd-ar-Rahman, neto de Dost Muhammad, instalou-se no trono e confirmou a cessão aos britânicos do Passo de Khyber e de outros territórios afegãos. As controvérsias fronteiriças foram resolvidas com a Índia e a Rússia, criou-se um exército permanente e estabeleceram-se limites ao poder dos diferentes chefes tribais.
O emir foi assassinado e o seu sucessor, Amanullah Khan, declarou guerra à Grã-Bretanha em 1919. A Grã-Bretanha reconheceu o Afeganistão como Estado soberano e independente. Amanullah Khan mudou o seu título de emir para rei.
Em 1923, instaurou-se um regime constitucional. Os títulos de nobreza foram abolidos. Decretou-se a educação para as mulheres e foram aprovadas outras medidas de modernização. Essas reformas provocaram a rebelião de 1929, que forçou Amanullah a abdicar. O seu tio, Nadir Shah, apoiado por membros das tribos, derrotou os rebeldes e tomou o poder. O novo soberano restaurou a ordem no reino, mas foi assassinado em 1933. Durante o reinado de Zahir Shah, filho de Nadir, o programa de modernização foi intensificado. Em 1946, o Afeganistão passou a fazer parte da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 1965, o rei promulgou uma nova constituição com alguns princípios liberais. O Afeganistão passou por grandes dificuldades econômicas no final da década de 1960. Em 1973, o rei Zahir Shah foi derrubado e proclamou-se a República do Afeganistão. Uma nova constituição foi aprovada no início de 1977. Em 1978, produziu-se um violento golpe de Estado e os novos governantes, organizados em um Conselho Revolucionário, suspenderam a constituição e iniciaram um programa de socialismo científico, provocando a resistência armada dos muçulmanos. Como a rebelião não pôde ser contida, os soviéticos ocuparam o Afeganistão em 1979. Mais de 3 milhões de pessoas refugiaram-se no vizinho Paquistão. Ao longo da década de 1980, as forças governamentais e os soldados soviéticos não conseguiram derrotar os rebeldes.
Entre 1988 e 1989, a URSS retirou todas as tropas, mas a guerra civil continuou. Em 1992, os rebeldes tomaram Kabul. As facções rivais concordaram em formar um conselho provisório para governar o Afeganistão. Em 1993, as lideranças das facções da guerrilha, de comum acordo, tentaram estabelecer uma constituição provisória, como prelúdio para as eleições de 1994. Porém, nesse mesmo ano, as lutas começaram em Kabul entre tropas leais ao presidente Rabbani e os simpatizantes do primeiro-ministro, líder da facção militar fundamentalista xiita. Em 1994, a luta se estendeu a outras partes do Afeganistão.
A divisão entre os rebeldes permitiu o crescimento dos talibans, um grupo fundamentalista pertencente ao ramo sunita do islamismo, que foi financiado pelo Paquistão. Em 1996, uma forte ofensiva das milícias talibans lhes permitiu conquistar Kabul e controlar quase 70% do território afegão. Essa nova realidade forçou a unificação dos grupos afegãos restantes, que inicialmente conseguiram algumas vitórias sobre o Taliban. No entanto, depois da conquista de Mazar-i-Sharif em 1998, o controle total do território por parte dos fundamentalistas parece muito próximo. Seu governo tem se caracterizado por uma aplicação rígida da lei islâmica, que inclui os açoites em praça pública para os que consumirem álcool, a amputação de membros para os culpados de roubo e uma rígida segregação das mulheres. Ao mesmo tempo, as relações dos talibans com o vizinho Irã se deterioraram devido à execução de sete cidadãos iranianos, durante a conquista de Mazar-i-Sharif, o que levou o governo dos aiatolás a concentrar cerca de 70 mil soldados sobre a fronteira afegã. Os problemas diplomáticos são agravados pela rivalidade religiosa, uma vez que os xiitas iranianos vêem com preocupação o avanço dos radicais sunitas talibans.
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