TEORIA DA RELATIVIDADE


          
  As noções clássicas de espaço e de tempo, intocáveis ao longo dos séculos, baseavam-se em conceitos de tempo e comprimento absolutos, isto é, o movimento não influenciava o tempo nem o comprimento linear dos objetos.
            A teoria da relatividade de Einstein surge como um novo estudo do espaço e do tempo, substituindo as noções ditas clássicas.

A criação da Relatividade

 

            Durante sua permanência em Berna, Suiça, Einstein conheceu Michele Angelo Besso, engenheiro italiano, casado com Ana, cujo irmão, Paul Winteler, esposa mais tarde, Maja, irmã de Einstein.Além destas relações familiares, foi o trabalho conjunto de ambos, no Departamento de Patentes, que possibilitou a concretização de uma longa e profunda amizade, fácil de se comprovar pela correspondência que mantiveram no período de 1903 a 1955, e recentemente, publicada pela editora Hermann de Paris, em 1972.Michele Besso, com quem Einstein gostava de trocar idéias, possuia profundos conhecimentos enciclopédicos em filosofia, sociologia, matemática e física. Segundo Einstein, Besso constituia o melhor banco de ensaio para as idéias novas em toda a Europa. Aliás, quando Einstein lhe expôs as suas idéias sobre a teoria da relatividade, Besso logo compreendeu a sua importância científica procurando atrair a atenção de Einstein para inúmeros outros pontos novos. Algumas dessas sugestões foram utilizadas, no desenvolvimento desta teoria, como consta nos primeiros artigos que Eintein publicou sobre a relatividade.
Numa das célebres reuniões de grupo de Berna, sugestivamente conhecido por Academia Olímpia, a irmã de Besso certa vez interrogou Einstein: "Porque Michele (Besso) não fez nenhuma descoberta importante em matemática ?
Sorrindo, Einstein respondeu: "Isto é um bom sinal . Michele é um humanista, um espírito universal, muito interessado em diversos assuntos para se tornar um monomaníaco. Só os monomaníacos conseguem aquilo que denominamos de resultados ".
            Besso que se encontrava próximo, forçou uma explicação mais minuciosa, ao que juntou Eintein: "Persisto em acreditar que você poderia ter provocado o surgimento de idéias de grande valor, no domínio científico, se tivesse se tornado bastante monomaníaco. Uma borboleta não é uma toupeira mas nenhuma borboleta deve se lamentar ".
            Outra vez comentando sobre o aspecto revolucionário das suas teorias teria afirmado Eintein: "O que se aprende antes dos dezoito anos, acredita-se proveniente da experiência. Tudo o que aprendemos, mais tarde, tem muito de teoria e expeculações ". Na realidade, em suas conversas com James Flanck, vamos encontrar as próprias explicações de como havia chegado a sua tão original concepção de tempo e espaço: "Pergunto, às vezes, como se fez que fui o único a desenvolver a teoria da relatividade ? " Segundo afirmava Eintein, a razão e que todo adulto normal não se preocupa com os problemas propostos pela conceituação de espaço e tempo. Tudo o que precisamos saber além sobre este assunto imaginamos já do nosso conhecimento desde a infância. "Para mim, dizia Einstein, ao contrário, como me desenvolvi muito lentamente, somente comecei a propor tais questões sobre o espaço e o tempo, quando já havia crescido. Em consequência, pude penetrar mais profundamente no interior do problema, o que uma criança de desenvolvimento normal não teria feito". Esta surpreendente declaração contém uma valiosa crítica como um todo. Uma criança que se desenvolve normalmente, no processo educativo, assimila e ou aceita, como natural, um determinado número de conceitos e interpretações relativos ao que denominamos de realidade. Tal evolução educativa os tornam conformistas e submissos - o que os priva da possibilidade de questionar sobre os pressupostos, em geral implícitos, e sobre os quais se baseiam os conhecimentos a serem transmitidos. Pode-se afirmar que o processo mental de inúmeras crianças e adolescentes repete, em determinado sentido, o desenvolvimento do pensamento humano em seu conjunto. Assim, as idéias sobre a realidade física uma vez aceitas são,imediatamente, substituídas por outros interesses mais específicos. Depois destas considerações, é mais fácil deduzir como foi importante a monomania de Eintein, aliada a sua capacidade de olhar sempre o mundo sobre pontos de vista diferentes e novos. Aliás, estes parecem os grandes segredos dos pensadores e artistas que, não possuindo jamais uma firme convicção dos problemas fundamentais do mundo, os consideram ainda insolíveis. Foi a dificuldade de aprendizagem (segundo afirmam na infância, deve ter tido muita dificuldade em aprender a falar) que permitiu que Eintein desenvolvesse a sua faculdade em adotar atitudes críticas, com relação aos problemas quase sempre aceitos como resolvidos.


Relatividade do Cotidiano


            Na construção de frases, respeitando as regras gramaticais, surgem por vezes conceitos que não têm qualquer sentido como por exemplo : "esta água é triangular". Existem no entanto outras situações que nos parecem à primeira vista evidentes e com sentido, mas se analisadas com mais rigor deparamos com alguma insensatez.
São exemplo desses casos as expressões : "esquerda e direita", "dia e noite", "em cima e em baixo", "maior e menor", etc.

ESQUERDA E DIREITA
Olhando para a imagem surge de imediato uma pergunta.
De que lado está a árvore?
Do lado direito ou do lado esquerdo do caminho?
A resposta a estas questões depende do sentido que utilizarmos ao longo do caminho, isto é, de A para B ( árvore à direita do caminho ) ou de B para A ( árvore à esquerda do caminho ).
Deste modo, os conceitos de esquerda e direita são relativos e só têm significado depois de se ter definido o sentido do nosso movimento.
Falar da margem direita de um rio tem significado, porque a corrente define o seu sentido.

DIA E NOITE
Neste instante é dia ou noite?
A resposta a esta pergunta depende do local geográfico a que nos referimos, ou seja, o conceito de dia e noite depende do local em que nos encontramos.
À medida que a Terra roda, a sua posição relativamente ao Sol muda. Existem, portanto, lugares que estão ser iluminados pelo Sol e outros que estão na sombra, isto é, é dia para alguns habitantes e noite para outros. Por exemplo, enquanto em Portugal começa a amanhecer na Nova Zelândia começa a anoitecer. ( Portugal está no hemisfério Norte e a Nova Zelândia está no hemisfério Sul, mas é o país que se encontra oposto ao nosso, embora noutro hemisfério ).

EM CIMA E EM BAIXO
Está em cima ou estou em baixo?
A resposta a esta pergunta depende do ponto ou objecto que se tome por referência. Os pilotos de rally estão em cima do carro mas o carro está em cima da Terra. Pode-se também dizer que o carro está por baixo dos pilotos. Trata-se obviamente de um conceito relativo, ou seja, é necessário definir a nossa referência ou a Terra ( quando o carro está em cima ) ou os pilotos ( quando o carro está em baixo ).
Do mesmo modo podemos dizer que habitantes da Nova Zelândia, em relação aos habitantes de Portugal, andam de cabeça para baixo e, por sua vez eles dirão o mesmo de nós. A direcção vertical depende, no caso anterior do ponto da superfície terrestre que se considere.

MAIOR OU MENOR
Quem é maior, o apicultor ou a casa?
A resposta a esta pergunta está no ligada ao ponto de observação, ou seja, se o nosso ponto de observação for junto ao apicultor então este parecer-nos-á muito maior que a casa, se o ponto de obervação for junto à casa então a casa será maior e o apicultor menor.
Se o ponto de observação for deslocado uma pequena distância, também as dimensões dos objectos observados a partir desse ponto se alterarão um pouco.

POSTULADOS DA TEORIA DA RELATIVIDADE

Primeiro Postulado :      Todos os processos da Natureza decorrem igualmente em todos os sistemas inerciais de referência.
            O primeiro postulado afirma que as leis físicas são independentes ( invariantes ) em relação à escolha do sistema referencial : as equações que exprimem essas leis possuem a mesma forma em todos os sistemas de referência inerciais. Por conseguinte, baseando-se nas experiências físicas, sejam quais forem, realizadas num sistema isolado, é impossível dizer se o sistema está em repouso ou se move com movimento rectilíneo uniforme ( relativamente a um sistema de referência inercial qualquer ). Em física todos os sistemas de referência inerciais são equivalentes.
Segundo Postulado :     A velocidade da luz no vácuo é igual para todos os sistemas de referência inerciais. Não depende nem da velocidade do emissor, nem da velocidade do receptor da luz.
            Quer isto dizer que a velocidade da luz no vácuo é a velocidade máxima possível de transmissão de interacção na Natureza. O valor da velocidade da luz no vácuo "c" é de 300.000.000 m/s.



FONTE: EDMS – Trabalhos Escolares, Educação & Diversão (ANO 2000 - 2003)