ANTA
Maior animal selvagem do Brasil, a anta vive em matas cerradas nas proximidades dos rios. A despeito de seu porte, mergulha e nada com desenvoltura, e é normalmente em direção à água que foge quando acossada.
Mamífero ungulado, com quatro dedos nas patas dianteiras e apenas três nas traseiras, a anta ou tapir pertence à família dos tapirídeos, da ordem dos perissodáctilos, a mesma do rinoceronte. Em média, mede um metro de altura, mas pode atingir dois metros de comprimento e pesar até 300kg. Tem os olhos miúdos, as orelhas curtas e arredondadas, a cauda não desenvolvida, como um coto, e uma tromba pequena e grossa que prolonga o focinho e pende sobre a boca. Anda em geral com lentidão, farejando o solo. O olfato e a audição apurados permitem-lhe detectar ameaças. De índole pacífica, é herbívora: pasta capim e come folhas, brotos, frutas e raízes.
O macho costuma ser um pouco menor que a fêmea. O período de gestação varia entre 380 e 400 dias, e em geral nasce uma só cria, raramente duas. Os filhotes têm várias listras longitudinais pelo corpo, mais claras que o tom geral da pelagem, e manchas irregulares na cabeça e nas pernas. O pêlo, sempre curto, só se torna de um tom castanho-escuro uniforme após o sexto mês de idade.
A família, com um só gênero recente, Tapirus, é representada por quatro espécies: Tapirus terrestris, a anta ou tapir brasileiro; T. roulini, da região dos Andes; T. bairdi, do sul do México até a Colômbia e o Equador; e T. indicus, do sul da Ásia. A designação tapir, que serviu de base à nomenclatura zoológica, e suas variações tapira, tapiira e tapiretê, provêm do tupi. Muitos nomes populares, como anta-xuré e anta-gameleira, tornaram-se comuns no interior do Brasil para designar variedades de anta que nunca foram identificadas na classificação científica.