PRADARIA - Biologia, ZOOLOGIA, Trabalho Escolar.


PRADARIA


Ecossistema dos mais importantes do planeta, as pradarias, que já ocuparam a metade da superfície da Terra, apresentam solos ricos em matéria orgânica e são geralmente exploradas para pastoreio.
Pradaria é um tipo de cobertura vegetal herbácea, de aparente uniformidade, onde predominam gramíneas e, em variáveis proporções, ciperáceas, leguminosas, ervas e subarbustos diversos. A designação se aplica mais propriamente ao ecossistema típico das regiões centrais da América do Norte (prairies), situado numa vasta área compreendida entre o leste dos Estados Unidos e as montanhas Rochosas, cujo limite norte é marcado pelas florestas canadenses.
Do ponto de vista fitogeográfico, as pradarias podem ser identificadas com ecossistemas naturais encontrados em muitas outras áreas do globo, como no sul do Brasil, Uruguai e Argentina, onde recebem o nome de pampas; na África, onde se denominam savanas; na Rússia e países adjacentes, com o nome de estepes, e em extensas planícies do sul da Ásia e da Austrália, lugares onde se apresentam como extensas coberturas de grama.
Presentes em climas que variam do semi-árido ao subúmido, as pradarias em geral se encontram em regiões cuja topografia é marcada por vastas planícies, raramente entrecortadas por pequenas ondulações. O meio é muito seco para suportar espécies florestais, mas úmido o suficiente para sustentar exuberante vegetação rasteira. Nas regiões temperadas, as precipitações podem variar de 250 a 750mm por ano; em clima subtropical, chegam a 1.500mm. Períodos de seca são comuns e freqüentemente prolongados, com efeito negativo sobre o crescimento da vegetação, principalmente em climas mais quentes. Nas pradarias do leste da América do Norte, mais úmidas, crescem gramíneas mais altas. À medida que se avança na direção oeste, de clima mais seco, a vegetação se torna mais parecida à da estepe, com grama curta.
A aparência das pradarias se modifica sazonalmente. Na estação seca é parda e sem vida; torna-se acinzentada com as primeiras chuvas, na transição da vegetação antiga para a nova que começa a brotar, até atingir o auge no meio da estação chuvosa. Com o declínio das precipitações, quando as gramíneas começam a soltar pendões, a paisagem fica azulada ou esbranquiçada, para depois apresentar as mais variadas cores durante a floração, que se prolonga até a estação seca.
As gramíneas são particularmente aptas a competir com espécies herbáceas. Além de possuírem magnífico sistema radicular, em forma de cabeleira, sombreiam o solo praticamente todo o ano, dificultando o crescimento de outras espécies. Suas vastas raízes são também responsáveis pela manutenção e, em alguns casos, até pelo incremento do teor de matéria orgânica no solo, pois permitem que ele seja granuloso, o que favorece a proliferação de toda classe de pequenos invertebrados edáficos (adaptados à vida no subsolo), como minhocas e insetos. Devido à vegetação rasteira, as pradarias são muito castigadas por ventos que dificultam ainda mais o crescimento de espécies arbóreas. Os herbívoros de grande porte cumprem importante papel na expansão desse ecossistema ao eliminarem brotos de plantas que poderiam competir com as gramíneas.
Raramente se aplicam fertilizantes nesses solos, condição que, somada à utilização inadequada, como o excesso de pisoteio pelo gado e o uso do fogo, muito comum para eliminar as sobras da estação seca, determina a progressiva escassez de espécies forrageiras de boa qualidade. A rotação de culturas, que associa o pastoreio ao plantio de cereais e leguminosas, exibe bons resultados na recuperação de solos degradados.
Em épocas mais remotas, as pradarias abrigavam grandes populações de mamíferos herbívoros, que ainda sobrevivem em algumas regiões, sobretudo no continente africano. Na maioria dessas áreas, porém, os animais já desapareceram, em conseqüência da intervenção humana. Antes da chegada dos europeus, numerosos rebanhos de bisões se movimentavam ao longo das pradarias americanas, em busca de pastagens. Como o bisão desapareceu de grande parte de seu habitat, as florestas e matas se estenderam e reconquistaram muitos territórios às pradarias. Outros mamíferos que habitam a pradaria são carnívoros, como coiotes, texugos, zorrilhos e várias espécies de felinos. Há também grande número de roedores, como a toupeira, a doninha e o ratão-do-banhado. Numerosas espécies de aves, como falcões e águias; répteis, como serpentes e lagartos; e insetos grandes, como os gafanhotos, completam a fauna dessas regiões.