O CÓDIGO GENÉTICO
1. Uma "Receita" Molecular
O código genético é uma linguagem universal, isso é, sua tradução é a mesma em todos os seres vivos. O trabalho de decifração consistiu em descobrir qual aminoácido é representado por cada um dos 64 códons. Hoje, sabemos exatamente qual é a correspondência entre cada códon e o seu respectivo aminoácido.
Existem 64 códons diferentes para se representar apenas 20 aminoácidos. Há, portanto, códons em excesso. Durante o trabalho de decifração do código genético, verificou-se que há 3 códons que não representam nenhum aminoácido (os códons UAA, UAG e UGA). Esses códons funcionam como código de parada na síntese proteíca, finalizando a cadeia de uma proteína.
Observou-se, também, que certos aminoácidos são codificados por apenas um códon, enquanto outros podem ser representados por 2 ou mais códons diferentes. O aminoácido metionina, por exemplo, é codificado apenas pelo códon AUG, enquanto os códons UUU e UUC codificam o aminoácido fenilalanina. No caso do aminoácido leucina, existem 6 códons diferentes que o representam.
Isso tem conseqüências importantes. Consideremos o códon AGC, que codifica o aminoácido serina. Caso o seu último nucleotídeo venha a ser substituído, em uma mutação, por um nucleotídeo com guanina, forma-se o códon AGG, que codifica o aminoácido arginina. Todavia, se a mutação substituir o último nucleotídeo por um nucleotídeo de uracila, o códon resultante (AGU) continuará a representar o aminoácido serina.
Observa-se, portanto, que uma substituição de um único nucleotídeo na molécula do DNA (e do RNA mensageiro) não vai, obrigatoriamente, alterar a cadeia de aminoácidos da proteína por ele codificada.