LEI DE MENDEL - CASOS ESPECIAIS DA PRIMEIRA - Genética - Biologia - Trabalho Escolar - Trabalhos Escolares



CASOS ESPECIAIS DA PRIMEIRA LEI DE MENDEL


1. Monoibridismo sem Dominância

Há pares de genes em que um não é capaz de impedir a manifestação do outro. Dizemos se tratar de um par de genes alelos com ausência de dominância (co-dominância ou dominância incompleta). Um exemplo é a determinação da cor das flores de Mi-rabilis jalappa, conhecida como "maravilha". Há duas variedades puras, com flores brancas ou vermelhas. Quando cruzadas, os híbridos resultantes têm flores rosas, o que representa um fenótipo intermediário entre os dois apresentados pelos indivíduos parentais. Quando essas plantas de flores rosas são autofecun-dadas, a geração F2 apresenta 25% de plantas com flores vermelhas, 50% com flores rosas e 25% com flores brancas.



(P) flores vermelhas (Fv Fv) X flores brancas (Fb Fb)





(F1) 100% flores rosas (Fv Fb X flores rosas ( Fv Fb )








(F2) 1/4 flores vermelhas: Fv Fv

2/4 flores rosas: Fv Fb

1/4 flores brancas: Fb Fb



Proporção genotípica:

1 Fv Fv : 2 Fv Fb : 1 Fb Fb



Proporção fenotípica:

1 vermelha : 2 rosas : 1 branca



2. Genes com Penetrância Incompleta

Alguns genes não se expressam em todos os indivíduos que os possuem, mesmo quando estão em homozigose. Diz-se que têm penetrância incompleta. O valor da penetrância gênica pode ser determinado pela proporção de indivíduos que manifestam um determinado fenótipo, dentro do total de indivíduos portadores daquele gene.

Imagine que, em uma certa espécie animal, a cor dos pêlos seja determinada por um par de genes alelos A e a, no qual o gene dominante A condiciona pelagem marrom, e o seu alelo recessivo a, pelagem albina (ou branca). O gene A tem penetrância de 60%. Isso significa que, dentre os indivíduos de genótipos AA ou Aa, que deveriam ser marrons, apenas 60% de fato são.

3. Expressividade Variável

Existem certos padrões de herança em que a característica pode se manifestar de diversas formas ou com diferentes graus de intensidade. Um exemplo humano é o lábio leporino, doença determinada geneticamente, que pode aparecer em diversos graus de intensidade, desde defeitos pequenos restritos aos lábios, até grandes defeitos labiais associados à falta de fechamento do pálato (ou "céu-da-boca").

Há determinadas plantas nas quais a cor das flores é determinada por um par de genes alelos, em que um gene condiciona flores vermelhas e o seu alelo, flores brancas. Entre os heterozigotos, podem ser encontradas plantas com flores de diferentes tonalidades de rosa, o que dificulta agrupá-las nas mesmas linhagens. Também se trata de um caso de expressividade variável.



4. Pleiotropia
Existem pares de genes que atuam simultanea-mente sobre duas ou mais características. São cha-mados genes pleiotrópicos. Um exemplo humano é o gene causador da fenilcetonúria, doença causada por um gene recessivo que provoca alterações no metabolismo do aminoácido fenilalanina. Esses aminoácidos e os seus derivados metabólicos passam a se acumular no corpo, e causam retardo mental, al-teração na cor da pele, na composição química da urina, etc.

5. Genes Letais
Quando um gene causa a morte do indivíduo, é considerado um gene letal. Esses genes podem exercer o seu efeito letal antes ou depois do nasci-mento. Se o efeito é tardio, ele não provoca alteração nas proporções genotípica e fenotípica. Porém, há genes letais que provocam a morte dos embriões, antes do nascimento. Nesses casos, as proporções obtidas na descendência de um cruzamento serão diferentes das proporções clássicas do monoibridismo.
Um exemplo é o par de alelos que controla a cor da pelagem dos camundongos. O gene dominante A determina pelagem amarela, e é letal em dose dupla (AA). Os embriões com esse genótipo não se desen-volvem e não chegam a nascer. O alelo recessivo a condiciona o aparecimento de pelagem "aguti" ou "selvagem", que pode ser preta ou cinza.
Vamos ver qual é a descendência do cruzamento entre dois animais amarelos heterozigotos.

animal amarelo (Aa) X animal amarelo (Aa)






Na prole desse cruzamento, em vez da proporção clássica de 3:1, encontra-se a proporção de dois animais amarelos para um animal "aguti". Os embriões homo-zigotos AA não se expressam fenotipicamente.

6. Os Gêmeos
Eventualmente, na espécie humana, ocorrem as gestações gemelares ou múltiplas. Podem ocorrer graças a dois mecanismos: poliembrionia ou ovulação múltipla, e levam à formação dos gêmeos monozigóticos e dos gêmeos dizigóticos, respectivamente.

Gêmeos Monozigóticos (MZ)
São conhecidos como gêmeos idênticos, e surgem por divisão do embrião em um estágio precoce do desenvolvimento. Como se originam de um único zigoto, são geneticamente idênticos, e todas as características cujas expressões dependem apenas do genótipo são iguais para ambos: sexo, cor de olhos, grupo sangüíneo, etc.






Quando gêmeos monozigóticos são criados em ambientes distintos, todas as diferenças fenotípicas observadas entre eles devem-se a ações ambientais. Quanto maior for a concordância entre eles, maior deve ser a contribuição do genótipo na determinação da característica; quanto maior for a discordância, maior a interferência do ambiente. O papel que o genótipo tem, na determinação de uma característica, chama-se herdabilidade.

Gêmeos Dizigóticos (DZ)
Habitualmente, em cada ciclo menstrual, a mulher gera apenas um gameta. Entretanto, pode ocorrer a produção, em um mesmo ciclo, de dois ou mais gametas. Caso ela tenha relação sexual em seu período fértil, os dois gametas deverão ser fecundados, uma vez que espermatozóides existem em quantidade mais que suficiente.






Como esses gêmeos surgem pela fecundação de dois óvulos diferentes por dois espermatozóides diferentes, geneticamente não são mais que dois irmãos quaisquer. Os sexos podem ou não ser os mesmos, assim como a cor dos olhos, o grupo sangüíneo, etc.